Águas mais frias produzem os maiores tubarões do mundo (e o megalodonte)

Embora não seja uma regra rígida, os animais marinhos que vivem em climas frios tendem a crescer mais do que os homólogos de água quente.

De acordo com um novo estudo, publicado este mês na Historical Biology, tal pode ter sido o caso do mítico megalodonte, o gigantesco tubarão pré-histórico que dominou os oceanos há 15 milhões de anos.

De acordo com o New Atlas, nos anos 1800, o biólogo alemão Carl Bergmann sugeriu pela primeira vez que, em climas frios, os animais maiores tendem a sair-se melhor do que os animais pequenos, porque o seu grande tamanho lhes permite reter o calor de forma mais eficiente.

Ao longo do tempo, a evolução seletiva levou a que as águas mais frias tendessem a ter populações com espécimes de maiores dimensões.

Recentemente, uma equipa de cientistas americanos interrogou-se se o mesmo poderia ter acontecido com o Otodus megalodon, o parente pré-histórico do grande tubarão branco, que viveu há cerca de 15 a 3,6 milhões de anos.

Como habitualmente os esqueletos cartilaginosos dos tubarões não fossilizam, as estimativas do comprimento do megalodonte baseiam-se principalmente em dentes fossilizados, e em algumas vértebras. Essas estimativas variam geralmente de um máximo de 15 a 20 metros.

Os dentes de megalodonte anteriormente encontrados perto do equador tendiam a ser mais pequenos do que os encontrados noutros locais, o que levou os cientistas a teorizar que as regiões equatoriais podem ter servido como “áreas de viveiro” para tubarões juvenis.

Depois de analisar numerosos estudos existentes sobre os tamanhos dos dentes do megalodonte encontrados em diferentes latitudes, contudo, os autores do novo estudo propõem agora que esses dentes possam ter vindo na realidade de adultos mais pequenos, não de tubarões jovens.

“Ainda é possível que o megalodonte tenha podido usar áreas de nidificação para criar tubarões jovens”, diz o professor Harry Maisch, da Universidade Fairleigh Dickinson de Nova Jersey.

“Mas o nosso estudo sugere que os fósseis de dentes de megalodon mais pequenos podem, na realidade, ser de espécimes adultos, mais pequenos, simplesmente como resultado de a água ser mais quente”.

Inês Costa Macedo, ZAP //

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