Agricultor alentejano encontrou espada da Idade do Bronze

Marco Valente

O agricultor partiu o objeto, mas guardou-o na esperança de o dar a um arqueólogo para ser estudado. 10 anos mais tarde, mostrou-a ao arqueólogo Marco Valente, que datou a espada do Bronze Pleno.

Uma espada metálica, datada entre 2.500 a 3.000 anos, foi encontrada por um trabalhador agrícola em Pedrógão, no Baixo Alentejo, abrindo uma janela para um passado longínquo.

No passado mês de Junho, o arqueólogo Marco Valente acompanhava trabalhos agrícolas na região quando, em conversa com os trabalhadores agrícolas no local, um deles lhe trouxe o histórico objeto.

O trabalhador tinha encontrado a espada durante uma operação de ripagem na sua herdade, há quase 10 anos, mas só agora a deu a conhecer.

Ao descer da sua máquina, encontrou uma peça de metal em ângulo reto, conta o trabalhador ao National Geographic Ao tentar endireitá-la, a peça partiu-se, e o agricultor decidiu guardá-la, com a intenção de um dia a mostrar a um arqueólogo.

Tanto Valente como a arqueóloga Maria João Marques ficaram estupefactos ao ver a espada: uma peça de metal com cinco rebites e cerca de 50cm de comprimento.

A primeira análise sugeriu que a espada poderia datar dos terceiro ou segundo milénios antes de Cristo.

António Monge Soares, engenheiro e especialista em datações por radiocarbono, fez um estudo da composição metálica da peça. A identificação de cobre arsenical confirmou a hipótese inicial, situando a espada no Bronze Pleno.

Marco Valente

A descoberta levanta a possibilidade de que exista uma necrópole nas imediações, potencialmente com mais artefactos que poderiam fornecer um contexto mais completo. “Realizaremos sondagens na área indicada pelo agricultor para fundamentar melhor o contexto do achado”, disse Marco Valente.

A espada não é apenas um artefacto antigo; representa um fragmento da cultura e tecnologia da Idade do Bronze na região.

A análise detalhada do objeto poderá revelar mais sobre os métodos de produção e uso de armas naquela época, além de proporcionar uma visão mais ampla sobre as práticas funerárias e sociais dos antigos habitantes da região.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.