São quase cegos, incolores, têm o corno característico dos unicórnios. E são peixes.
A última coisa que se poderia esperar encontrar numa caverna completamente escura na China é um unicórnio.
Mas para uma equipa de investigadores da Guizhou Normal University, em Guiyang, na China, foi exatamente isso que aconteceu.
A nova espécie agora descoberta pertence ao género Sinocyclocheilus e apresenta uma aparência bastante invulgar — incluindo o clássico corno frontal que caracteriza o mítico “unicórnio”.
No decorrer de um levantamento de diversidade biológica numa caverna no sul da China, cujos resultados foram apresentados num artigo recentemente publicado na ZooKeys, os investigadores recolheram 32 exemplares de peixes.
Após análise dos exemplares recolhidos, os investigadores verificaram que 15 destes representavam uma espécie totalmente nova, que foi cuidadosamente comparada com espécies conhecidas do mesmo género, usando comparações morfológicas e análise filogenética.
A nova espécie recebeu o nome de Sinocyclocheilus longicornus, do latim “longus”, que significa longo, e “cornu”, que significa corno.
Esta descoberta eleva o número de espécies deste género para 77, das quais 13 são originárias na mesma província – Guizhou – da nova espécie. Todas as espécies de Sinocyclocheilus são endógenas da China.
A nova espécie possui uma estrutura semelhante a um corno não bifurcado na testa e olhos pequenos degenerados, o que significa que não vê bem. No entanto, uma vez que vive na total escuridão, não precisa deles.
A caverna onde foi encontrado o Sinocyclocheilus longicornus mede apenas 1,8 metros de largura e tem menos de um metro de profundidade.
Algumas espécies do mesmo género não têm a estrutura semelhante a um corno e estas encontram-se em águas mais iluminadas, levando os investigadores a acreditar que o corno pode estar relacionado com o estilo de vida obscuro da nova espécie.
Estes peixes, nota o IFLS, têm habitualmente características morfológicas invulgares.
Os peixes de caverna do México, conhecidos por serem particularmente rotundos, estão a ajudar a estudar a obesidade em humanos. Enquanto isso, na Tailândia, aprenderam a caminhar e a escalar. Medem 10,5 a 14,6 cm e têm falta de pigmentação nas escamas, dando-lhe uma aparência espectral branca.