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Afinal, as lágrimas de crocodilo são bastante “humanas”

Uma nova investigação da Universidade Federal da Bahia, no Brasil, descobriu que as lágrimas de pássaros e répteis são quase idênticas às do Homem.

Para chegar a esta conclusão, os cientistas recolheram lágrimas de araras, falcões, corujas e um papagaio, bem como de tartarugas marinhas e jacarés.

Recolheram também lágrimas de dez voluntário humanos saudáveis, visando depois comparar as composições da lágrimas animais e humanas, conta o portal ILF Science.

No que respeita à composição eletrolítica, todas as amostras de lágrimas recolhidas eram semelhantes, apesar de os pássaros e répteis terem apresentado uma concentração um pouco maior de eletrólitos comparativamente com as outras espécies.

Havia também mais ureia e proteína nas lágrimas da coruja e das tartarugas marinhas analisadas neste estudos, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica especializada Frontiers in Veterinary Science.

A maior variação entre as lágrimas humanas e animais só apareceu quando os cientistas observaram como é que estas cristalizavam à medida que secavam, formando padrões completamente diferentes que se assemelham a flocos de neve esmagados.

(dr)

Uma comparação das lágrimas de uma tartaruga marinha (à esquerda) Carretta carretta e uma coruja (à direita) Tyto alba.

As lágrimas recolhidas de jacarés e tartarugas mostraram-se especialmente únicas, o que poderá demonstrar que se adaptaram de alguma foram para os ambientes aquáticos.

Os cientistas reconhecem que as suas amostras são baseadas em animais em cativeiro, podendo estas, por isso, ser diferentes dos animais selvagens. Ainda assim, o estudo continua a representar uma das maiores comparações de composições de lágrimas entre espécies, sublinha a equipa de cientistas no estudo.

“Descobrir como é que as lágrimas são capazes de manter a homeostasia ocular, mesmo em diferentes espécies e condições ambientais, é crucial para a compreensão dos processos de evolução e adaptação, sendo também essencial para a descoberta de novas moléculas para a produção de farmácos oftalmológicos”, disse a autora principal do estudo, Arianne P Oriá, da Universidade Federal da Baía, citada em comunicado.

“Este conhecimento ajuda no entendimento da evolução e da adaptação destas espécies, bem como na sua conservação”, concluiu a especialista.

ZAP //

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