Afinal, a Terra pode ter demorado “pouco tempo” a formar-se

ETH Zurich

Há uma nova teoria que altera o que “era garantido” em relação à formação Terra, bem como ao tempo que a água demorou a chegar ao nosso planeta.

A teoria clássica sobre a formação do planeta Terra descreve o (longo) episódio como uma fase de grandes colisões entre fragmentos celestes, em escalas de tempo de 50 a 100 milhões de anos.

Os planetas são criados ao longo de milhões de anos, através da colisão constante de corpos, o que vai aumentando gradualmente o seu tamanho.

De facto, a teoria mais consensual no seio da comunidade científica é que Terra tenha levado mais de 100 milhões de anos a formar-se integralmente.

Outra teoria, amplamente aceite, diz que a água ‘caiu’ na Terra, devido à colisão de cometas – que são corpos ricos em água.

Um estudo feito por investigadores da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, publicado na revista Nature, levanta agora outra hipótese, acerca a formação do planeta.

As evidências científicas revelaram que a Terra foi formada por um acumular extremamente rápido de minúsculos fragmentos de forma mais ou menos arredondada.

Isaac Onyett, autor correspondente do estudo, disse, citado pela Tech Explorist, que “os planetas se terão expandido num disco em torno do ‘jovem’ Sol, e o disco estaria coberto de poeira microscópica”.

“Quando o recém-planeta atinge um certo tamanho, ele começa a funcionar como um aspirador, recolhendo rapidamente toda aquela poeira. E, como resultado, torna-se do tamanho da Terra, em questão de alguns milhões de anos”, mas, considera Isaac Onyetto, não em tantos como aqueles que se pensavam.

O cientista disse também que “a aspiração de pequenas partículas de poeira garantiu que a água tivesse chegado ao planeta”, através da integração de corpos gelados, como cometas.

“O disco também contém muitas partículas de gelo. À medida que o ‘efeito aspirador’ aspira a poeira, ele também integra uma parte do gelo. Esse processo contribui para a presença de água durante a formação da Terra, em vez de depender de um evento casual que só fornece água 100 milhões de anos depois”, esclareceu Isaac Onyett.

As descobertas do estudo demonstram que, afinal, é possível que a Terra se tenha formado em muito menos tempo do que aquilo que, anteriormente, se pensava. De acordo com esta teoria, precisou “apenas” de um milhão de anos.

Este novo estudo abre ainda a possibilidade de existência de água em planetas de outros sistemas que não o solar. Só é preciso que o planeta esteja à distância certa do “seu Sol”.

Miguel Esteves, ZAP //

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