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Os adolescentes têm uma nova moda: “pebbling”. Os pais sorriem

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É uma forma diferente de mostrar afeição. As palavras foram substituídas – mas o muro que os separava dos pais está a cair.

“Pebbling”.

Provavelmente a maioria dos leitores nunca tinha lido esta expressão em inglês que, ainda sem tradução óbvia para português, merece um contexto.

Os pinguins originaram o termo “pebbling”. Alguns pinguins na Antártida começaram a ser apanhados a oferecer uma pedra (pebble) à parceira ou ao parceiro. É uma forma de mostrar que quer construir um ninho com o outro pinguim. É um pedido de casamento, se quiser. Sem sons, sem gestos; é só mostrar a pedra.

Essa definição chegou a ser transportada para os humanos, entre namorados, mas agora chega a outro patamar: descrever relações entre pais e filhos.

Não, os filhos não estão a oferecer pedras aos pais. Mas estão a mostrar os seus sentimentos sem dizer o que sentem.

Já deu para perceber que “pebbling” envolve pequenos sinais de amor ou carinho que são oferecidos a um amigo ou familiar próximo que sabemos que vai gostar.

Agora, e na era digital e das redes sociais, a demonstração do sentimento chega através de memes, GIFs ou vídeos publicados nas redes sociais. Tudo para ajudar a alegrar o dia da outra pessoa. Fazer sorrir os pais, neste caso.

Além de mostrarem o seu afecto, é uma forma de os adolescentes mostrarem ligação com os pais, de fortalecer relações. À sua maneira.

A psicóloga Cameron Caswell disse no portal Parents que este método é bom para a pessoa que recebe, mas também pode “desencadear uma positiva reacção química em cadeia no cérebro de quem envia”.

Explicando: “Quando fazemos um acto gentil, o nosso cérebro liberta dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer, motivação e reforço”. Por outro lado, “sentir-se reconhecido e valorizado também dá ao receptor uma onda de dopamina”.

E há mais: oxitocina. Sobretudo nos casos em que vemos na outra pessoa a alegria por receber aquele gesto atencioso. Há mais confiança, empatia e vínculo.

É uma “libertação de mais hormonas felizes, criando um ciclo de bondade“.

Os pais podem fazer o mesmo: enviar aos filhos um pequeno meme, uma música, por exemplo.

Há um perigo neste envio de pequenos ficheiros pelas redes sociais: o excesso. Pode originar precisamente o contrário e afastar as pessoas. É preciso compreender, “estudar” o destinatário.

Por fim, uma sugestão de “pebbling” palpável. Ou seja: deixar post-its com mensagens bonitas, motivadoras; juntar um recado amoroso ao lanche do filho; deixar no quarto um livro que o adolescente gosta, como surpresa. Ou convidar para verem juntos uma série, um filme, ou irem comer um gelado.

ZAP //

3 Comments

  1. É, que lindo! Mais uma forma de não largarem a porcaria dos telemóveis e ficarem ainda mais limitados cognitivamente. Vai ser bonito daqui por uns anos para arranjar um mecanico ou um canalizador desta nova geração. Anda tudo a aprender a enganar os outros a fazer de conta que faz, para a fotografia, mas um dia vai ser mesmo preciso alguém para tratar disto tudo. Talvez quando chegar esse dia, vivam no meio do esterco mas a ver tudo limpo e arranjado através da realidade virtual.

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  2. Alguns namorados também usam uma pedra. Outros usam o punho fechado para dar uns bons murros. Isto ainda no namoro porque depois de casados, se lá chegarem, levam mais. Esta moda também deve servir para ficarem mais tempo em casa dos pais a viver à boa vida. Até aos 40 ou 50, Trabalhar não é com eles. Como se dizia dantes na minha terra, quem não tem que fazer, abre o k ù e apanha moscas.

  3. Na verdade fiquei mesmo surpresa, gostei muito da publicação. Esta escrita me fez analisar que é verdade, mesmo que não conhecia o termo “Plebbing” Sinto-me muito abençoada por ter um bom relacionamento com os meus filhos tanto na vida real como no mundo virtual, só agora percebo porque eles as vezes partilham coisas fofas, giras ou memes tão divertidos comigo . Gente, sejamos felizes, sejamos a geração que da e demonstra amor aos nossos filhos. Eu sei que atualmente a gente está muito ligada ao digital, mas somos nós os que faremos a diferença na criação e formação dos nossos filhos. Não procuremos culpados e sejamos exemplo de vida pra eles.

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