Korolevo, no oeste da Ucrânia, foi a primeira região da Europa a ser colonizada por humanos, há aproximadamente 1,4 milhões de anos. A conclusão é de um novo estudo conduzido por investigadores da Academia Checa das Ciências e do Instituto de Arqueologia de Praga.
Um estudo, publicado esta quarta-feira na revista Nature, revelou que a zona de Korolevo foi ocupada pelos primeiros humanos há cerca de 1,4 milhões de anos, fazendo dela o local mais antigo da Europa ocupado por humanos.
Desde a década de 1970 que a história da região arqueológica de Korolevo, no oeste da Ucrânia, tem vindo a ser “desenterrada”.
Um grande número de ferramentas de pedra foi encontrado, junto a um afloramento de rochas vulcânicas – que, como explica o autor principal do estudo, Roman Garba, citado pela New Scientist, são “zonas íman“, onde os antigos se fixavam.
Na impossibilidade de recolha de restos humanos, os investigadores assumiram que os hominídeos eram Homo erectus – espécie que evoluiu há cerca de dois milhões de anos e se moveu de África para a Ásia e, posteriormente, para a Europa.
As ferramentas – datadas de há 1,4 milhões de anos – dão garantias aos estudiosos de que “Korolevo representa, até onde sabemos, a presença hominídea mais antiga datada na Europa”, apesar da já conhecida passagem pela região de Dmanisi, na Geórgia, há 1,7 milhões de anos.
Em termos políticos, a Geórgia é um país europeu; contudo, de um ponto de vista geográfico, parte da Geórgia fica na Ásia – é o caso de Dmanisi. Por essa razão, o atual estudo considera que a Ucrânia foi o primeiro sítio da Europa a ser “invadido” por humanos, 200 mil anos antes de chegarem à Península Ibérica.
Como refere a New Scientist, isso sugere que os primeiros humanos saíram de África, através da Geórgia, até à Ucrânia, e espalharam-se depois para o resto da Europa.
Roman Garba, apesar de reconhecer que outros quatro sítios no oeste da Europa já tenham também sido datados de cerca de 1,4 milhões de anos atrás, questiona tais datações, considerando que “não são robustas”.
Esta descoberta reforça teorias sobre rotas migratórias de África para a Europa, e destaca a importância do sítio arqueológico de Korolevo, na Ucrânia, no estudo da evolução humana.