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A mentira de Mourinho e os dois milagres de Patrício

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Filip Singer / EPA ; José Sena Goulão / Lusa

José Mourinho venceu no seu milésimo jogo enquanto treinador de futebol. O encontro com o Sassuolo foi especial, ao contrário do que o próprio Mourinho tinha dito. 

Passaram 21 anos e 999 jogos desde a sua estreia. Em Setembro de 2000, quando no Bessa apareceu um jovem técnico chamado José Mourinho, ninguém previa que o então treinador do Benfica iria chegar aos 1000 jogos oficiais, com duas Ligas dos Campeões pelo meio e com diversos outros troféus importantes no currículo.

Após ter passado pelo banco de oito clubes (Benfica, União de Leiria, FC Porto, Chelsea, Inter Milão, Real Madrid, Manchester United e Tottenham), foi em Roma que o milésimo jogo chegou.

Aconteceu neste domingo e terminou, como em 637 outras ocasiões, com uma vitória. Mas foi uma das vitórias mais “tremidas” da sua carreira.

A Roma ganhou por 2-1 diante de um Sassuolo que, na segunda parte, foi claramente superior e originou momentos de “sufoco”. Mas, contrariando o cenário do jogo, aos 90 minutos Stephan El Shaarawy marcou o golo do triunfo romano.

Mourinho tinha dito, antes deste jogo, que o encontro com o Sassuolo seria como os outros. Não era verdade: “Fui um mentiroso durante a semana. Disse que este não era um jogo especial. Mas foi um jogo especial”.

“Foi um jogo com um número especial para mim e eu sempre quis que o meu milésimo jogo fosse como este, extraordinário e com uma emoção tremenda. Menti a toda a gente“, confessou o português, em entrevista rápida à DAZN.

José Mourinho analisou este jogo de loucos”, admitindo que o resultado final poderia ter sido “6-6 ou 7-7”. E elogiou duas defesas de outro português: “O Rui Patrício fez dois milagres e falhámos alguns golos também”.

Quando El Shaarawy marcou, Mourinho começou a correr. E correu, correu, correu dezenas de metros: “Hoje não tenho 58 anos, tenho 14 anos, como se estivesse a começar a sonhar com uma carreira no futebol. Foi uma corrida de criança“.

O treinador português acrescentou que ficou feliz por causa dos três pontos conquistados e por causa da mentalidade dos seus jogadores, mas não esqueceu o treinador adversário, Alessio Dionisi: “É um bom treinador, treina uma equipa com uma identidade muito específica, criou uma nova marca”.

E uma curiosidade: os outros dois golos deste jogo foram marcados por Bryan Cristante e Filip Đuričić, dois antigos jogadores do Benfica – a primeira equipa que José Mourinho orientou.

Nuno Teixeira, ZAP //

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