A Cueva de Ardales, em Málaga, foi usada por humanos pré-históricos, durante cerca de 65 mil anos, como espaço para exposição de arte rupestre e enterro de restos mortais.
Durante mais de 50 mil anos, povos pré-históricos deixaram a sua marca na Cueva de Ardales, em Málaga, Sul de Espanha.
Conhecida pelas pinturas e gravuras deixadas nas paredes, a caverna foi também usada como espaço para enterrar restos mortais.
Estes dados foram descobertos por um grupo de cientistas da Universidade de Cádiz, que desenvolveu uma série de pesquisas no local.
O resultado da investigação foi publicado na última edição da revista “Plos One” e dá conta de que o espaço foi ocupado há mais de 60 mil anos.
“A nossa investigação apresenta uma série bem fundamentada de mais de 50 datas radiométricas que confirmam a antiguidade da arte paleolítica de há mais de 58 mil anos”, explicou a equipa liderada pelo arqueólogo José Ramos-Muñoz.
Segundo o EurekAlert, apesar de já ser conhecida de alguns especialistas, a Cueva de Ardales tinha sido, até agora, pouco estudada.
Através da análise dos restos de artefactos encontrados no interior da caverna, os especialistas apuraram que os primeiros ocupantes do espaço foram, provavelmente, populações neandertais, que ali viveram há cerca de 65 mil anos.
”Os vestígios da atividade humana são efémeros e apontam para atividades muito específicas relacionadas com o uso simbólico da caverna“, salientou o cientista.
As escavações, que decorreram durante cerca de 7 anos, tiveram início em 2011 e concentraram-se na entrada da caverna, que seria, possivelmente, a zona da gruta com mais movimento.
Nas várias camadas, os investigadores encontraram vestígios da presença humana e conseguiram também decifrar a história de ocupação do espaço.
Os neandertais ocuparam-no há mais de 65 mil anos, mas a equipa concluiu que os humanos modernos chegaram até ele há 35 mil anos, utilizando-o, para fins semelhantes, até ao início da Idade do Cobre (3300 a 1200 a.C.).
Ao que foi apurado, a caverna não foi usada como espaço para viverem, mas sim como um meio de exposição da arte rupestre que desenvolviam e, ainda, como espaço para enterrarem os corpos mortos.
“Era um local de atividades especiais ligadas à arte, uma vez que foram descobertos numerosos fragmentos de ocre nos níveis do Paleolítico Médio”, sublinharam os investigadores.