A cidade secreta de Baikonur, que o Cazaquistão arrenda à Rússia em prol das maravilhas do Espaço

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Já se chamou Site No. 10, Leninsk e, agora, Baikonur. Fica no norte do Cazaquistão e tem um vínculo ao Espaço como nenhuma outra. Pertence a este país, mas um contrato de arrendamento permite à Rússia continuar a usufruir desta “Cidade do Cosmos”.

O programa espacial da União Soviética atingiu a glória graças ao Cosmódromo de Baikonur. Três décadas após o colapso soviético, a cidade inóspita continua a ser uma instalação-chave, principalmente nos voos tripulados para a Estação Espacial Internacional (EEI).

O último lançamento espacial realizado no cosmódromo de Baikonur aconteceu no início deste mês.

Às 7.38h de 9 de dezembro, uma nave ‘Soyuz MS-20’ da Roscosmos partiu da cidade cazaque para levar o milionário japonês Yusaku Maezawa à EEI – o primeiro turista na Estação em 12 anos.

“Tudo isto é a realização de pessoas, as muitas gerações de pessoas que investiram muito trabalho”, disse Malik Mutaliyev, ao The Moscow Times.

Tudo começou em 1955, quando os soviéticos estabeleceram um povoado nas margens do rio Syr Darya para alojar os trabalhadores envolvidos na construção do Cosmódromo.

Mais tarde, o local expandiu-se para acomodar militares, que trabalhavam em projetos espaciais classificados, e as suas famílias.

Durante muitos anos, a cidade esteve “fechada” a pessoas de fora. Ainda hoje, qualquer pessoa que entre em Baikonur é obrigada a apresentar uma licença no posto de controlo vigiado da cidade.

Baikonur foi escolhida pela sua localização remota no deserto, ideal para testar foguetões. Apesar de as temperaturas serem muito altas no verão e descerem abaixo do zero no inverno, o céu limpo é perfeito para este tipo de lançamentos espaciais.

Bill Ingalls / NASA / Wikimedia

Baikonur. no Cazaquistão

Após o colapso da União Soviética, em 1991, a cidade passou a pertencer ao território do Cazaquistão. Três anos mais tarde foi assinado um “contrato de arrendamento” e, até hoje, a Rússia paga ao país cerca de 177 milhões de euros por ano para usar Baikonur.

Desde 1991 que tem vindo a perder habitantes. A cidade tornou-se “adormecida”, mas há esperança de que, com o regresso da Rússia ao turismo espacial, Baikonur tenha o merecido impulso de que necessita para revigorar.

ZAP //

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