O julgamento da irmã do Rei Felipe VI de Espanha e do marido começou esta segunda-feira, no âmbito daquele que é um dos maiores escândalos de corrupção em Espanha.
Teve início esta segunda-feira em Palma de Maiorca o julgamento da infanta Cristina de Borbón e do marido, o antigo andebolista Iñaki Urdangarin, no âmbito do julgamento do chamado caso Nóos.
A irmã e o cunhado do rei sentaram-se no banco dos réus ao lado dos outros 16 arguidos do processo, entre eles Diego Torres, ex-sócio de Iñaki, para serem julgados naquele que é um dos casos de corrupção mais conhecidos em Espanha.
Esta é a primeira vez que um membro da família real espanhola é julgado, não sendo de estranhar que, à chegada ao tribunal, a infanta tivesse à sua espera profissionais de 84 órgãos de comunicação social.
A infanta espanhola enfrenta agora uma pena de até oito anos de prisão e o marido pode ser condenado a 19,5.
Os advogados pedem a absolvição da Infanta, ao abrigo da chamada “doutrina Botin”, uma jurisprudência que permite anular o processo sempre que as acusações não sejam corroboradas pelo ministério público.
É o caso actual, já que as acusações contra Cristina foram interpostas por uma associação de luta contra a corrupção.
Cristina é acusada de dois crimes fiscais como suposta cooperante necessária, num processo que deverá prolongar-se por vários meses.
O juiz José Castro, responsável pelo processo, considerou que a Infanta Cristina desempenhou um papel essencial na fraude de cerca de 337 mil euros às Finanças, levada a cabo pela Aizoon, empresa que tinha como sócios os ex-duques de Palma.
Quanto a Iñaki, enfrenta as acusações de fraude fiscal, tráfico de influências, branqueamento de capitais, prevaricação e falsificação de documentos.
Devido ao escândalo, o rei Filipe VI retirou o título de duques de Palma à infanta Cristina e ao marido em junho do ano passado.
ZAP / Move