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Carta de Mozart leiloada por 190 mil euros

Otto Erich / Wikimedia

Wolfgang Amadeus Mozart, por Barbara Krafft (1764–1825)

Wolfgang Amadeus Mozart, por Barbara Krafft (1764–1825)

Uma carta escrita pelo compositor Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) foi vendida num leilão em Boston, Massachusetts, Estados Unidos da América, por 190.000 euros.

A carta, de uma só página, escrita em alemão e sem data, mas que a leiloeira aponta para ter sido enviada em julho ou agosto de 1786, é dirigida ao amigo próximo do compositor, o botânico austríaco Nikolaus Joseph von Jacquin, pedindo a restituição de três partituras.

O anúncio foi feito leiloeira RR Auction, de Boston, especializada em manuscritos, documentos raros e edições históricas.

Peço-lhe que me envie, pelo portador desta, o Quarteto em sol menor, a Sonata em Mi bemol e o ‘Novo trio’, em Sol“, lê-se na carta assinada pelo compositor austríaco – autor, entre outras da ópera “Così fan tutte”.

As peças a que Mozart se refere são o Quarteto com piano n.º 1, em sol menor (K. 478, 1785), a Sonata para violino n.º 33 em Mi Bemol Maior (K. 481, 1785), e Trio para piano, violino e violoncelo, em Sol Maior (K. 496, 1786).

Esta última obra, o “Novo trio”, como se lhe refere Mozart, “foi concluída a 08 de julho de 1786 e, portanto, esta carta provavelmente data de pouco depois, enquanto a peça catalogada K. 478 foi publicada já em dezembro de 1785, e a outra foi publicada em 1786”, esclarece a leiloeira.

Mozart terá pedido as duas últimas peças para as incluir em “Briefe und Aufzeichnungen” (“Correspondência e anotações”), por Bauer e Deutsch.

Sabe-se, porém, que Mozart escreveu ao príncipe de Furstenberg, a 08 de agosto de 1786, oferecendo-lhe uma série de composições, entre as quais, estas três.

O pedido do compositor parece ligar-se ao seu projeto de as oferecer à corte de Donaueschingen.

“As cartas de Mozart estão entre os mais procurados de todos os autógrafos musicais, e especificamente às suas composições, este é um exemplo verdadeiramente notável”, disse o vice-presidente executivo da leiloeira, Bobby Livingston.

/Lusa

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