Um Benfica personalizado, e novamente com Gaitán em destaque, deu hoje um passo ‘gigante’ rumo aos oitavos de final da Liga dos Campeões de futebol com um triunfo no terreno do Atlético Madrid, por 2-1, no grupo C.
No Estádio Vicente Calderón, depois de ficar em desvantagem, devido a um remate certeiro do argentino Correa, aos 23 minutos, os campeões portugueses deram a volta ao marcador, com Gaitán a empatar primeiro, aos 36, e depois a assistir Gonçalo Guedes, aos 51.
Com este resultado, o Benfica assumiu a liderança do grupo C com seis pontos, mais três do que o Atlético de Madrid, segundo classificado, e cinco do que Galatarasay e Astana.
Os ‘encarnados’ também fizeram história ao impor o primeiro desaire caseiro do Atlético Madrid na Liga dos Campeões desde que é treinado por Diego Simeone. O técnico argentino tinha o registo de nove vitórias e dois empates no Calderón.
Apesar de ter sofrido algum ‘sufoco’ nos momentos iniciais, como até era esperado, a formação de Rui Vitória acabou depois por realizar uma partida com grande personalidade e confiança, não só com Nico Gaitan a destacar-se, mas também o guarda-redes Júlio César, que esteve imbatível na segunda parte, e a ala direita formada pelos ‘jovens’ Nélson Semedo e Gonçalo Guedes.
Logo aos seis minutos, Jonas deixou um primeiro aviso ao guardião Oblak (ex-Benfica), mas a partir daí o Atlético de Madrid, vice-campeão europeu, tomou conta da partida, embora sem grande criatividade na zona ofensiva.
Jackson Martinez e Griezmann, também por causa da organização ‘encarnada’, mostraram-se muito abaixo do que é habitual, sobretudo o colombiano, que em Madrid ainda não demonstrou o que fez nas três últimas temporadas no FC Porto.
Praticamente no primeiro remate à baliza, os ‘colchoneros’ chegaram à vantagem, com Correa a aparecer solto na área benfiquista e a ‘fuzilar’ Júlio César, aos 23 minutos.
Esta acabou por ser a fase mais difícil do Benfica na partida, já que, depois do golo sofrido, a equipa de Rui Vitória desconjuntou-se e deu mais espaço aos jogadores rivais, com Jackson a ter quase uma mão cheia de oportunidade para marcar, mas a falhar sempre na finalização.
Um pouco contra a corrente do jogo, aos 36 minutos, o Benfica acabou por chegar ao empate, num lance que devolveu nova confiança à formação lisboeta.
Nélson Semedo, que deu muito nas vistas no Vicente Calderón, subiu pela direita, cruzou e Gaitán, de primeira e com muita classe, não deu hipóteses a Oblak.
No arranque da segunda parte, a equipa de Rui Vitória até apareceu mais recuada no terreno, mas logo no primeiro contra-ataque acabou por resolver a partida, num lance com a genialidade de Gaitán, a classe de Jonas e uma excelente concretização de Gonçalo Guedes, aos 51 minutos.
O extremo argentino, que partiu com a bola controlada ainda bem dentro do meio-campo, tabelou com Jonas e depois assistiu o extremo de 18 anos, que festejou pela primeira vez um golo na ‘Champions’.
A partir daí entrou em cena Júlio César, que defendeu tudo o que tinha para defender, sobretudo aos 58 minutos, com duas intervenções seguidas de grande qualidade.
O bloco defensivo do Benfica mostrou-se coeso até final da partida e qualquer falha foi sempre resolvida pelo guardião brasileiro de 36 anos, que fez lembrar as exibições realizadas em 2009/2010, na altura quando venceu a competição com o Inter de Milão, de José Mourinho.
Mesmo com uma postura, logicamente, mais defensiva, o Benfica nunca desistiu do contra-ataque e, em várias ocasiões, Jonas e Gonçalo Guedes podiam ter ficado na ‘cara’ de Oblak, acabando o conjunto ‘encarnado’ por falhar apenas no último passe.