Quatro entidades públicas gastaram quase 1,5 milhões em regalias ilegais

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Mário Cruz / Lusa

A Direção-Geral de Saúde, a ANACOM, o IAPMEI e a Segurança Social gastaram quase 1,5 milhões de euros em remunerações, benefícios e regalias ilegalmente no ano passado, segundo o relatório de atividades da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) de 2014.

Estas quatro entidades auditadas pela IGF no ano passado gastaram um total de 1,329 milhões de euros em pagamentos de remunerações, benefícios e regalias “sem previsão legal ou em desconformidade com a previsão”.

Esta é uma das conclusões do relatório de atividades da IGF, que detetou um total de 45,7 milhões de euros em processos irregulares da administração pública no ano passado e propôs correções que podem levar a poupanças de 627 milhões de euros aos cofres do Estado.

Estes montantes já eram conhecidos, mas agora a inspeção liderada por Vítor Braz vem detalhar alguns desses casos, com a divulgação do relatório na página oficial da entidade.

Outra situação detetada pela IGF em 2014 é o caso de 113 aposentados com acumulação de funções públicas remuneradas, “envolvendo o pagamento irregular de pensões ou rendimentos de atividade no valor global estimado de 900.000 euros”.

No que diz respeito ao desempenho global dos serviços de finanças, a IGF considera que o setor das execuções fiscais continua a ser extremamente preocupante, “quer em termos de carteiras de dívida pendente não suspensa (tramitável) e da pendente por motivos judiciais”, mas também pelo “significativo valor da dívida que vem prescrevendo e do elevado insucesso (+50%) da Autoridade Tributária no âmbito do contencioso gerado com os contribuintes”.

A entidade, tutelada pelo Ministério das Finanças, lembra que no final de 2012 o valor da dívida executiva pendente ascendia a 17,8 milhões de euros, dos quais 3,4 milhões “estava já declarada com falhas”.

Mais de metade dessa dívida total estava pendente há mais de três anos e 43% ainda estava na fase inicial da tramitação em execução fiscal, escreve a IGF.

A inspeção-geral encontrou ainda “situações de potenciais irregularidades” de cerca de 217 milhões de euros por “omissões à matéria coletável/rendimento tributável de imposto sobre o rendimento [IRS e IRC] e base tributável de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)”.

/Lusa

7 Comments

  1. É fácil. Quem recebeu a mais tem que ressarcir com juros. Quem gastou o que e não estava autorizado, deve ressarcir com juros e uma pesada multa. Nestes dois casos, se não tiverem dinheiro, será feito o arresto de bens, como acontece com os normais cidadãos. E por último, quem autorizou, deve pagar uma pesado multa ao estado e ser condenado a prisão efectiva sem direito a pena suspensa. è com este tipo de medidas que as coisas endireitavam, neste pobre País.

    • Ok, então não me convidem para ser gestor….. Ou então antes de o ser passo todos os bens para a família pois o risco de ser ficar sem nada e ser preso é bastante elevado.

      Gerir dinheiros públicos não é brincadeira. E julgar a gestão de alguém à queima roupa pode levar a injustiças.

      Basta compararem a uma gestão doméstica em que um dos membros define onde se gasta o quê e quanto se gasta. Se aplicar o mesmo principio, vai chegar a essa conclusão.

  2. É uma vergonha. Estas entre outras é que são responsáveis pela situação de banca rota do país, depois vêm uns ladrões disfarçados de legais dizer que os portugueses viveram acima da média. Cambada de chulos…

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