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O curador do museu, Michael Frank
É de graça, desaponta vários visitantes e diverte outros tantos. Este museu norte-americano é uma pura crítica ao mundo da arte.
A cave do Somerville Theatre, em Massachusetts, é casa de um divertido museu. Em vez de tentar deliciar os visitantes — que entram de graça no local — faz o máximo por desapontá-los.
Falamos do Museu da Arte Má (MOBA), que começou a surgir nos anos 90 depois de um negociante de arte ter decidido, por puro divertimento, guardar para si um quadro encontrado num caixote do lixo em Boston. Isto porque o seu amigo Jerry Reilly lhe pediu para não o vender: “Não podes fazer isso! É tão mau que se torna bom“.
Michael Frank, curador principal do MOBA, diz à Harvard que o objetivo é mostrar más pinturas e desafiar os críticos de arte, questionando porque é que algumas obras são consideradas boas e outras são descartadas.
“De forma irónica… não estamos a ridicularizar os artistas, estamos a ridicularizar as sobrancelhas franzidas do mundo da crítica de arte”, afirma o curador.
O museu conta com várias centenas de obras, divididas por coleções, desde naturezas-mortas a abstratos, passando mesmo por réplicas de quadros famosos. O museu fez já exposições fora de Massachusetts.
A maioria das peças é adquirida pessoalmente por Frank em lojas de caridade, locais acessíveis e até mesmo no lixo. Não existem patrocinadores, mas aceitam-se donativos no site — os lucros revertem para despesas básicas do museu.
Ainda que seja feia, a arte que Frank expõe reúne vários admiradores. “De vez em quando alguém diz, ‘Preciso disto e pago muito’”, narra o curador. “E invariavelmente oferecem cerca de 150 dólares, e eu digo não. Somos um museu, não uma galeria“, acrescentou. “Não iriam ao MFA [Museu das Belas Artes, me Boston] e dizer, ‘Quero mesmo isto,’ e fazer uma oferta ridícula. A sério, por favor”.