Há uma variação genética que faz com que certos compostos presentes nos coentros saibam a sabão ou detergente.
Tem chatices ‘lá em casa’, porque há sempre quem implique com os coentros na comida? Tenha calma, não se enerve. A culpa pode não ser da “esquesitice” das pessoas. Provavelmente, é de uma variação do gene OR6A2.
O relato está longe de ser único e já vem de há muito anos: há pessoas a quem os coentros sabem a sabão.
Esta teoria foi provada já há mais de 10 anos, num estudo publicado na Nature em 2012.
Neste estudo, os investigadores perguntaram a 25 mil pessoas se gostavam de coentros e a que lhes sabia. 15% sentia no palato o sabor a sabão – coincidentemente, todos tinham duas cópias desta variante do OR6A2.
O OR6A2 é um gene que pertence à família dos recetores olfativos, que serve para detetar moléculas responsáveis pelos cheiros e sabores.
Este gene em particular é super sensível a aldeídos – os compostos responsáveis pelo aroma intenso dos coentros e que dão cheiro ao sabão e outros produtos de limpeza.
O facto de algumas pessoas sentirem sabor sabão quando comem coentros significa que o OR6A2 sofreu uma variação. Pelo contrário, as pessoas que não têm a variação do gene, sentem-nos, normalmente, como frescos e cítricos.
“Os resultados confirmam que há um componente na perceção do sabor do coentro e sugerem que a aversão pode derivar de variantes genéticas em recetores olfativos. Propomos que um gene do conjunto de recetores, o OR6A2, contribui para a deteção de um cheiro de sabão”, refere o comunicado mais recente.
A mim sabe-me ao cheiro de defesa do Bicho-frade ou do Sapateiro, horrível! No entanto os talos têm um sabor tipo funcho.
A rúcula sabe ao cheiro das defesas das Carochas, para mim igualmente intragável.