E, se a chefe achasse que o trabalho não estava sem feito, ficavam sem salários. O cenário surreal acontecia nos Países Baixos.
Numa discreta aldeia nos Países Baixos, quatro empregadas de limpeza dormiam por vezes na mesma cama.
Eram repreendidas pela chefe da limpeza e ameaçadas de ficar sem o salário se a chefe considerasse que a limpeza tinha sido mal feita. Algumas funcionárias não recebiam mesmo qualquer pagamento.
Em alguns casos, os seus passaportes também eram confiscados. Ficavam sem os seus direitos legais de residência na União Europeia.
Essa aldeia é do proprietário da Saints & Stars, uma cadeia de ginásios de luxo em Amesterdão.
As empregadas de limpeza vieram das Filipinas e da Indonésia e, segundo uma investigação do Het Parool, têm passado por uma “exploração severa”.
Pelo menos 23 trabalhadores foram obrigados a entregar os passaportes, a trabalhar em turnos de 17 horas e a partilhar camas com estranhos.
Os abusos terão ocorrido em todas as unidades da Saints & Stars; sobretudo no edifício principal. Começaram em Março deste ano.
As autoridades holandesas detiveram o contabilista de um dos ginásios em Amesterdão. por suspeita de falsificação de documentos.
Entretanto, já começou uma campanha de angariação de fundos para esses trabalhadores explorados. Em menos de 24 horas, já tinham sido acumulados quase 19 mil euros.
A Saints & Stars é propriedade de Tom Moos, jovem de 31 anos que é filho do milionário René Moos.
Tom Moos nega qualquer crime: “É doloroso e triste para nós que as nossas acções estejam a ser questionadas. Uma parte fundamental da cultura da nossa empresa é cuidar sempre bem dos nossos colaboradores e ajudá-los quando necessário. Naturalmente, estamos a cooperar totalmente com a investigação”.