Cidade neerlandesa tenta remendar a sua relação com os animais depois do afogamento trágico de 19 nos últimos seis meses nos seus canais.
Nos últimos seis meses, pelo menos 19 gatos morreram afogados nos canais de Amesterdão, segundo os dados da Dierenambulance Amsterdam. Só na zona central da cidade, seis foram retirados da água sem vida.
A capital neerlandesa, conhecida pela sua extensa rede de canais, enfrenta um problema antigo: as margens estreitas e paredes íngremes dificultam que animais — e até pessoas — consigam sair da água em caso de queda. Mas está a tentar resolvê-lo, da forma mais simples possível.
Para combater esta situação, a câmara municipal aprovou, a 10 de julho, a instalação de dezenas de mini-escadas de madeira ao longo das margens. A proposta partiu de Judith Krom, do Partido pelos Animais, que sugeriu utilizar 100 mil euros não gastos do fundo municipal de biodiversidade para criar rotas de fuga para a fauna urbana.
“Uma medida simples pode evitar enorme sofrimento animal”, disse Krom ao jornal The Independent.
As escadas serão colocadas ainda este ano, em locais identificados como de maior risco, com a ajuda da Dierenambulance. A ideia é permitir que não só os gatos, mas também outros animais, consigam escapar mais facilmente dos canais.
Maggie Ruitenberg, do Katten Kenniscentrum, lembra que, apesar de saberem nadar, os gatos ficam rapidamente em perigo quando a pelagem encharcada os puxa para baixo. “Uma escada pode salvar-lhes a vida, desde que haja um número suficiente delas”, disse à Euronews.
E Amesterdão não está sozinha. A cidade vizinha de Amersfoort já anunciou a instalação de cerca de 300 estruturas semelhantes — apelidadas de “armadilhas para gatos” — que, apesar do nome assustador, na verdade funcionam como pontos de saída para animais caídos na água.
O problema não afeta só os felinos. Entre 2014 e 2024, 142 pessoas morreram afogadas nos canais de Amesterdão, muitas delas turistas em estado de embriaguez incapazes de regressar a terra firme. Algumas renovações recentes das margens incluem já saliências de segurança para humanos. Agora, os gatos terão também uma solução adaptada.