Cientistas estão criar sangue artificial. É seguro e promete vir a salvar muitas vidas

Persian King / Flickr

Um grupo de cientistas norte-americanos está a desenvolver sangue artificial, que poderá salvar vidas em situações de emergência. A equipa garante que é seguro e eficaz.

Dezenas de milhares de pessoas morrem de hemorragia todos os anos, antes de conseguirem chegar a um hospital. Isto deve-se ao facto de as ambulâncias, os helicópteros médicos e os médicos militares não poderem transportar sangue, que se deterioraria demasiado depressa sem refrigeração adequada.

Agora, um grupo de da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, em Baltimore (EUA) está a desenvolver sangue artificial que possa ser armazenado em pó e reconstituído pelos médicos no local para salvar vidas.

Numa experiência, reportada pela NPR, a equipa de investigação salvou um coelho. Vão encher-lhe as veias com algo que, esperam, lhes permita finalmente atingir um objetivo que há décadas tem vindo a bloquear os investigadores: desenvolver sangue artificial seguro e eficaz.

Como explica a equipa, na reportagem, o sangue sintético é criado a partir da hemoglobina – a proteína que alimenta o corpo com oxigénio. Depois extrai-se a hemoglobina do sangue expirado e envolvem a proteína numa bolha de gordura, criando essencialmente glóbulos vermelhos artificiais.

Esta bolha protetora é a inovação que a equipa pensa que irá resolver os problemas de segurança causados por outras tentativas de produção de sangue sintético.

“Temos de ocultar a hemoglobina dentro de uma célula. É uma célula artificial que a torna segura e eficaz”, explicou o líder da investigação, Allan Doctor.

Os cientistas liofilizam então os glóbulos vermelhos artificiais, transformando-os num pó que pode manter-se em bom estado até uma emergência.

“Foi concebido de forma a que, no momento em que for necessário, um médico possa misturá-lo com água e, num minuto, terá sangue”, referiu Doctor.

É armazenável durante anos e pode ser facilmente transportado. O objetivo é poder fazer uma transfusão no local de um acidente”, acrescentou.

Além da utilização em medicina de emergência, os médicos militares poderão também utilizar sangue artificial para salvar soldados feridos.

Segundo a NPR, o Departamento de Defesa está a gastar mais de 58 milhões de dólares para ajudar a financiar um consórcio que está a desenvolver o sangue sintético, juntamente com outros componentes que permitem a coagulação e mantêm a pressão sanguínea.

Embora os resultados obtidos até agora pareçam ser motivo de otimismo, Doctor diz que ainda precisa de provar à Food and Drug Administration (FDA) que o seu sangue artificial é seguro e eficaz para as pessoas.

Mas espera começar a testá-lo em humanos dentro de dois anos.

ZAP //

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