Resolvido mistério de 30 anos sobre micronutriente que pode ser chave para prevenção de cancro

Cientistas percebem finalmente como é que a queuosina é recuperada no intestino e distribuída pelas mil milhões de células humanas.

Como é que o corpo humano absorve um micronutriente crucial necessário para tudo, desde o funcionamento do cérebro à proteção contra o cancro? Era esta a pergunta a que os cientistas procuravam dar resposta há 3 décadas.

A queuosina é um composto semelhante a uma vitamina que o corpo não consegue produzir por si só. Só o conseguimos obter através da alimentação e das bactérias do intestino.

“Durante mais de 30 anos, os cientistas suspeitaram que tinha de existir um transportador para este nutriente, mas ninguém o conseguia encontrar”, disse Valérie de Crécy-Lagard, autora do estudo publicado an PNAS em maio.

“Andávamos à procura dele há muito tempo. Esta descoberta abre um novo capítulo na compreensão de como o microbioma e a nossa alimentação podem influenciar a tradução dos nossos genes“, diz, citada pela SciTechDaily.

A queuosina altera moléculas conhecidas como RNA de transferência, que desempenham um papel essencial na construção das proteínas e na descodificação do ADN.

“É como um nutriente que ajusta a forma como o nosso corpo lê os genes”, explicou a cientista. “A ideia de que este pequeno composto, de que quase ninguém ouviu falar, desempenha um papel tão importante é fascinante”.

A identificação do tão procurado gene, o SLC35F2, abre caminho a estudos futuros que podem levar a novos medicamentos.

“Há muito que sabemos que a queuosina influencia processos críticos como a saúde cerebral, a regulação metabólica, o cancro e até as respostas ao stress, mas até agora não sabíamos como era recuperada no intestino e distribuída pelas mil milhões de células humanas que a absorvem”, disse o investigador Vincent Kelly.

“Não acreditamos que o conseguíssemos ter resolvido sem toda a equipa”, afirmou de Crécy-Lagard. “É um exemplo perfeito do que a colaboração internacional pode alcançar.”

ZAP //

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