Mapa interativo, número de identificação e e-mails carinhosos. As árvores de Melbourne, na Austrália, são figuras públicas respeitadas.
E se pudesse escrever uma carta de amor ao seu olmo-dourado favorito, encorajando-o a desempenhar um “bom trabalho”, e receber uma mensagem de agradecimento?
Foi exatamente isso que começaram a fazer o habitantes de Melbourne, na Austrália, quando, em 2015, a Câmara Municipal criou endereços de e-mail específicos para cada uma das 70.000 árvores que ladeiam ruas e parques no centro da segunda cidade mais populosa da Austrália.
Foi ainda criado um mapa interativo da floresta urbana que disponibiliza dados individuais sobre cada árvore, a quem foram atribuídos números de identificação que permitem aos residentes enviar e-mails para reportar algum tipo de problema.
O objetivo era, portanto, proteger a flora de Melbourne, mas o plano revelou-se mais divertido do que isso. As árvores começaram mesmo a receber e-mails carinhosos, de fãs.
Ao the Guardian, o vereador da Câmara Arron Wood explicava há 10 anos que “foi apenas lógico associar os números de ID já existentes a um endereço de e-mail, criando uma ligação entre estas árvores e a comunidade”.
Explicou que o carinho recebido por estes seres vivos foi “uma consequência não intencional, mas positiva — em vez de reportarem problemas com árvores, as pessoas começaram a escrever cartas a expressar o quanto amam árvores específicas da cidade“.
“As interações por e-mail revelam o amor que os habitantes de Melbourne têm pelas nossas árvores. Por exemplo, recebemos um e-mail de trabalhadores que regaram uma árvore junto à Biblioteca Estadual para garantir que sobrevivia à seca”, contava Wood.
E, se escrever para o seu plátano de eleição, pode mesmo esperar uma resposta amigável. Um exemplo de e-mail foi até partilhado pelo município:
“Caro Oliver,
Obrigado pelas suas amáveis palavras. Estou muito bem. Tenha um bom dia.
Com os melhores cumprimentos,
Árvore 1441724.”