Mário Cruz / Lusa

Final da Liga das Nações. É a primeira final entre os dois países da Península Ibérica, nas grandes competições. Espanha não perde há muito tempo.
Portugal está de volta a uma final de uma grande competição de futebol. A recente Liga das Nações, que foi o palco da última final, volta a ser o cenário. Desta vez para algo inédito: contra a Espanha.
Os dois países da Península Ibérica nunca protagonizaram uma final, nas maiores competições seniores. Isso vai mudar mais logo, a partir das 20h deste domingo.
O jogo em Munique, Alemanha, vai ser muito complicado para Portugal. Há muitos analistas que olham para Espanha como a melhor selecção de futebol – recordemos que é campeã europeia, vencedora da última Liga das Nações e óbvia favorita à conquista do Mundial 2026.
O Playmaker do zerozero reforça este poder: há 19 jogos que a Espanha não perde. E, nos últimos 28 compromissos, só perdeu uma vez (e foi num amigável).
E também reforça a dificuldade lusa: Portugal só derrotou a Espanha uma vez em jogos oficiais. Sim, aquele golo de Nuno Gomes no Europeu 2004. De resto, 10 jogos sem conseguir vencer os espanhóis, no total de 11 encontros oficiais.
Quem está do outro lado
Desde logo, grandes jogadores, a começar no guarda-redes Unai Simón e a acabar nos dois “loucos” da frente, Lamine Yamal e Nico Williams. Com Pedri ou Zubimendi pelo meio, a gerir o jogo com classe de topo mundial.
Mas também está uma dupla de centrais que, curiosamente, não nasceu em Espanha. Dean Huijsen e Robin Le Normand são “reforços” vindos de fora.
Dean Huijsen tem 20 anos e nasceu nos Países Baixos. Aliás, ainda há poucos anos representou os Países Baixos no Europeu sub-17, em 2022. Mas, já enquanto sénior, recusou jogar pelo país onde nasceu e preferiu Espanha. Refira-se que Dean foi viver para Espanha quando tinha apenas 5 anos. A dupla nacionalidade ajudou no processo.
Robin Le Normand, mais experiente (28 anos), nasceu em França. Só se naturalizou espanhol em 2023, por já estar a viver em Espanha há quase 7 anos – deixou o Brest rumo a Real Sociedad em 2016.
A selecção espanhola tem outra particularidade, difícil de se encontrar no futebol actual: jogadores fiéis aos seus clubes. Ou seja, futebolistas que estão sempre no mesmo clube, na sua carreira profissional (e às vezes até na carreira completa, incluindo todos os escalões jovens).
O guarda-redes Unai Simón esteve sempre ligado ao Atlético Bilbau, onde ainda joga; só teve uma passagem, por empréstimo, pelo Basconia, que é uma espécie de “equipa C” do Atlético Bilbau.
Ainda no País Basco, Martin Zubimendi só conhece a camisola da Real Sociedad. O mesmo acontece com Mikel Oyarzabal, apesar de ter jogado pelos juniores do Eibar; mas, enquanto sénior, só jogou e joga pela Real Sociedad.
Lá na frente, os dois meninos mais temidos são fiéis a Barcelona (Lamine Yamal) e Atlético Bilbau (Nico Williams). Na sua curta carreira, estes dois jovens nunca representaram outro clube.
Portugal vai estar na final da Liga das Nações pela segunda vez; conquistou o troféu na primeira edição, em 2019. Nas três finais seguintes, incluindo esta, foi a Espanha a aparecer na final – perdeu a primeira, venceu a segunda.