Quando nascemos, temos até 300 ossos, com muitos a ser feitos de uma cartilagem mais macia. À medida que crescemos, os ossos fundem-se e endurecem, até chegarmos ao total de 206.
Ao contrário de muitos mamíferos bebés que conseguem andar logo após o nascimento, os bebés humanos são muito dependentes dos adultos. Mas há uma área em que os bebés ultrapassam os adultos: o seu número de ossos.
Enquanto um adulto tem 206 ossos, os bebés recém-nascidos têm entre 275 e 300 ossos. Esta diferença surpreendente resulta das exigências do nascimento e do crescimento precoce.
Para passar pelo canal vaginal durante o parto, o corpo do bebé tem de ser o mais flexível possível. Muitos dos ossos do corpo de um recém-nascido começam como peças mais pequenas e separadas feitas de cartilagem, um tecido mais macio e mais flexível.
O exemplo mais visível desta flexibilidade é o ponto macio no topo da cabeça de um bebé, conhecido como fontanela ou moleirinha. O pediatra Matthew Badgett explica que “os bebés nascem com cinco grandes ossos do crânio que permitem que o crânio se molde durante o parto”. Durante o primeiro ou segundo ano de vida, estes ossos fundem-se gradualmente, fechando a moleirinha à medida que o crânio endurece, relata o IFLScience.
À medida que as crianças crescem, o seu esqueleto sofre um processo chamado ossificação. Este processo envolve a substituição gradual da cartilagem por tecido ósseo, resultando na fusão de muitos dos ossos mais pequenos num osso só. No final deste processo, os adultos têm uma contagem final de 206 ossos. A ossificação começa na oitava semana de desenvolvimento embrionário e continua na infância e a adolescência. Pode até ser retomada na idade adulta para curar ossos partidos.
Existem dois tipos principais de ossificação: a ossificação intramembranosa, que forma alguns dos ossos planos e irregulares, como os do crânio, e a ossificação endocondral, que substitui os “andaimes” de cartilagem por osso na maior parte do esqueleto. Os osteoblastos — células que produzem a matriz óssea — são os principais intervenientes neste processo, utilizando proteínas como o colagénio e minerais como o cálcio.
Os ossos em desenvolvimento das crianças também cicatrizam mais rapidamente do que os ossos dos adultos, graças a este processo de crescimento dinâmico. Embora possa parecer arriscado ter recém-nascidos com crânios incompletos e ossos mais macios, trata-se de uma adaptação evolutiva crucial e uma parte crucial do percurso humano.