Entretanto, surpresa noutras eleições de hoje: extrema-direita derrotada na Roménia

EPA/BOGDAN CRISTEL

Nicusor Dan, na noite das eleições presidenciais na Roménia

Nicusor Dan, pró-Europa, tinha conseguido cerca de metade dos votos do nacionalista George Simion. Mas agora o desfecho é bem diferente.

O candidato europeísta Nicusor Dan deverá vencer a segunda volta das eleições presidenciais romenas, realizada neste domingo, com uma votação entre 54,1% e 54,9%, segundo as primeiras projeções, conhecidas pelas 21:00 locais (menos duas horas em Lisboa).

O nacionalista George Simion, que venceu a primeira volta com quase 41% dos votos, deverá obter agora entre 45,1% e 45,9%.

O instituto de sondagens CURS atribui 54,1% dos votos a Nicusor Dan e 45,9% a Simion. Já a empresa de sondagens Avangarde refere que Dan vencerá com 54,9%, enquanto o adversário terá 45,1%.

Na primeira volta, o independente Nicusor Dan tinha obtido quase metade dos votos de Simion, perto de 21%.

Nicusor Dan declarou que venceram os romenos que queriam “uma mudança profunda” e defendeu a necessidade de lutar “não por duas, mas por uma Roménia”.

“As eleições não são sobre os políticos, as eleições são sobre as comunidades. E nas eleições de hoje, uma comunidade de romenos que quer uma mudança profunda na Roménia venceu”, disse o candidato independente Nicusor Dan, momentos depois de terem sido conhecidas as primeiras projeções à boca da urna, que lhe atribuem vitória na segunda volta das presidenciais.

Esta comunidade vencedora, argumentou, “quer que as instituições estatais funcionem, quer reduzir a corrupção, quer um ambiente económico próspero para os romenos, quer uma sociedade de diálogo e não uma sociedade de ódio”, segundo o ‘site’ noticioso romeno HotNews.

Segundo dados oficiais, a participação foi de 64,70%, ou 11.639.301 votantes, num total de quase 18 milhões de eleitores. Na primeira volta, a participação foi de 53%.

Até às 19:00 locais, duas horas antes do encerramento das urnas, segundo dados oficiais, a participação atingiu 59,48% do eleitorado, muito acima dos 53,21% registados na primeira volta, realizada a 04 de maio, à mesma hora.

Em concreto, 10.700.256 pessoas votaram até às 19:00 locais, enquanto há duas semanas 9.571.740 pessoas tinham votado até à mesma hora, de acordo com os dados oficiais.

Segundo a agência de notícias espanhola EFE, este número foi impulsionado por um aumento significativo da participação da comunidade romena residente no estrangeiro, que inclui 1.533 668 pessoas que votaram na diáspora.

O número mais elevado de votantes registou-se em Itália, com 253.720 votos até às 18:00 locais (menos uma hora em Lisboa), enquanto na Alemanha 249.252 votantes foram às urnas. O Reino Unido está em terceiro lugar com 234.728 votos e a Espanha com 162.608 votos.

A votação foi marcada por novas denúncias de interferências estrangeiras.

“Durante as eleições presidenciais em curso na Roménia, voltamos a ver as marcas da interferência russa. Uma campanha viral de notícias falsas no Telegram e noutras plataformas de redes sociais tem como objetivo influenciar o processo eleitoral. Este facto já era esperado e as autoridades da Roménia desmascararam as notícias falsas”, escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros romeno na rede social X.

Pouco antes, o fundador do Telegram, Pavel Durov, acusara França, sem a nomear, de ter tentado interferir nas eleições, pedindo à plataforma que “silenciasse as vozes conservadoras na Roménia”, algo que Paris negou firmemente.

Por outro lado, o candidato nacionalista George Simion, vencedor da primeira volta, realizada em 4 de maio, com quase 41% dos votos, voltou a levantar acusações de fraude eleitoral.

ZAP // Lusa

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