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Pessoas festejam na rua depois de os rebeldes sírios terem capturado a cidade de Damasco.
Trump anunciou levantamento das sanções dos EUA, que estavam em vigor há quase 50 anos. Os investidores já estão animados.
Donald Trump anunciou na quarta-feira passada o levantamento das sanções dos EUA à Síria.
“Depois de discutir a situação na Síria com o príncipe herdeiro e com o Presidente turco Erdogan, que me pediu no outro dia algo muito semelhante, e que são meus amigos que respeitam muito o Médio Oriente, vou levantar as sanções contra a Síria”, disse o presidente dos EUA.
Trump admitiu que as sanções contra a Síria “foram devastadoras”, embora tenham desempenhado “um papel importante”.
Após mais de uma década de guerra civil, a economia síria está em ruínas. O produto interno bruto (PIB) caiu mais da metade entre 2010 e 2021. E o declínio deverá ser ainda mais dramático.
Por isso, este anúncio de Donald Trump foi celebrado nas ruas da Síria, por habitantes locais que previam um fundo ainda maior para o país.
Mesmo sem estarem nas ruas, os investidores também estão animados. Estão agora à espera de bons negócios – embora ainda vá demorar, porque esta medida não deve melhorar já a vida dos sírios.
Surpreendidos pelas palavras do presidente dos EUA, os investidores iniciaram uma clima de corrida ao ouro na Síria, descreve a ARD.
Exilados sírios ricos, empresas de países vizinhos: todos esperam um “boom” na reconstrução do país.
E o Estado sírio está à espera desses investidores estrangeiros: o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, pediu investimentos logo após o levantamento das sanções. “A Síria deve tornar-se um país de trabalho e prosperidade. A Síria estará aqui para todos que estenderem a mão ao país”, declarou.
“A Síria é uma terra de oportunidades“, disse o ministro das Finanças sírio, Yisr Barnieh. “Apelamos a todos os investidores para que aproveitem esta oportunidade.”
Refira-se que as sanções dos EUA à Síria prolongavam-se desde 1979, há quase 50 anos. Começaram quando o país estava sob o governo de Hafez al-Assad, o pai de Bashar al-Assad. Os EUA colocaram então a Síria na lista de países patrocinadores do terrorismo.
Neste momento de viragem, as primeiras medidas deverão passar por isenções, para que parceiros estrangeiros queiram fornecer assistência o façam sem correr o risco de sanções. Mas não está claro qual será o ritmo desta nova fase.
E a situação política na Síria continua tensa. Alguns dos antigos grupos de oposição ainda não entregaram as armas ao novo governo. Os curdos continuam a exigir autonomia no nordeste do país, com tensões constantes. E nos últimos meses houve mesmo confrontos com apoiantes de Bashar al-Assad, antigo presidente da Síria.