Um torneio de ténis que é muito mais do que um torneio de ténis. Lá em baixo, no campo, o vencedor foi Alex Michelsen.
Alex Michelsen venceu o Estoril Open deste ano, o torneio de ténis mais conhecido. Na final deste domingo, derrotou o italiano Andrea Pellegrino por duplo 6-4. Aos 20 anos, é o tenista mais jovem de sempre a vencer o torneio.
Isto numa edição em que houve um português na final: no torneio de pares masculinos, Francisco Cabral – em dupla com Lucas Miedler – chegou à final mas perdeu contra Ariel Behar e Joran Vliegen.
Mas o Estoril Open não é só um torneio de ténis. O director João Zilhão disse – ainda antes do início dos jogos do quadro principal – que “muita gente considera o Estoril Open um dos grandes eventos corporate do país”.
Em entrevista à Executive Digest, João descreveu este “grande evento social onde as pessoas se sentem bem e onde há uma equipa sempre pronta para dar um serviço de excelência”.
Há jogos nos campos e há negócios nos bastidores: “É um grande palco de negócios. Os grandes decisores estão cá nos nove dias do torneio. Como muitos têm agendas muito complicadas, acabam por se reunir aqui num evento mais informal”.
“Já fiz negócios com o prato na mão numa fila para me servir do buffet, onde encontrei aquela pessoa que é quase impossível de apanhar ao longo do ano e que está ali ao nosso lado. Portanto, sim fazem-se contactos muito interessantes. E nascem grandes parcerias entre as várias empresas, daí ser um evento muitíssimo business to business com empresas a criarem negócios entre elas“, continuou.
Mas o Estoril Open é um evento “extremamente exigente financeiramente”, por isso “tem que correr muitíssimo bem em todas as áreas para não perder dinheiro. Portanto, é um esforço brutal ao longo de todo o ano para arranjar patrocínios, para vender bilhetes/camarotes, para vender direitos televisivos e para negociar com um sem fim de fornecedores”.
Metade do dinheiro vem de patrocínios das empresas. O restante vem de venda de bilhetes, camarotes, direitos televisivos e apoio local. O apoio estatal, da Câmara Municipal de Cascais (via apoio do Turismo de Portugal), fica entre 10% e 15%.
Em 2025 houve uma quebra: o torneio deixou de ser um ATP 250 para ser um challenger, dando 175 pontos e não 250 para a tabela ATP.
Essa “descida de divisão” dificultou as negociações com os patrocinadores mais difíceis: “Sim, foi dificílimo, esteve tudo em risco. Houve risco de não se conseguir continuar com a dignidade que tínhamos. Bastava algum dos grandes patrocinadores não querer continuar e colocava a solidez do projeto em causa”.
Noutro contexto, João Zilhão admitiu que o padel “rouba, entre aspas, muitos jogadores ao ténis”. Mas percebe: “É muito divertido e é muito mais fácil para jogar do que o ténis. Eu jogo as duas modalidades, e gosto muito”.