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China faz avanços na energia nuclear às custas… dos EUA

Oak Ridge National Laboratory - ORNL History

O interior do ORMAK, da Oak Ridge National Laboratory – ORNL History

Foi como na história da lebre e da tartaruga: Cientistas chineses fizeram um grande avanço na energia nuclear graças a uma pesquisa abandonada pelos EUA.

Pela primeira vez, cientistas reabasteceram um reator nuclear experimental sem desligá-lo — num avanço significativo na transição mundial dos combustíveis fósseis para fontes de energia mais sustentáveis.

Este progresso foi revelado, na semana passada, pelo South China Morning Post.

A descoberta significa que a China «agora lidera a fronteira global» em inovação nuclear – disse o cientista-chefe do projeto, Xu Hongjie, numa reunião em 8 de abril na Academia Chinesa de Ciências, citado pela Live Science.

Como lembra a mesma revista, os reatores de tório foram desenvolvidos pela primeira vez na década de 1950 nos EUA, antes de se apostar tudo no urânio. Após essa decisão, a pesquisa inicial foi posteriormente abandonada.

Agora, os investigadores chineses ressuscitaram-na.

“Os EUA deixaram a sua pesquisa disponível ao público, à espera do sucessor certo. Nós fomos esse sucessor“, disse Xu.

Evocando a história da lebre e da tartaruga, o cientista comparou: “As lebres às vezes cometem erros e/ou ficam preguiçosas. É aí que a tartaruga aproveita a sua oportunidade”.

A instalação secreta que abriga o reator entrou em operação em junho de 2024, e, segundo a Live Science, estará escondida no deserto de Gobi, no norte do país, perto da fronteira com a Mongólia.

Como escreve a mesma revista, a China tem como objetivo há muito tempo colocar em funcionamento uma central elétrica totalmente movida a tório.

O país contribui com cerca de 27% das emissões globais de carbono, e o presidente chinês Xi Jinping pretende torná-lo neutro em carbono até 2060.

O tório é uma forma particularmente atraente de atingir essa meta para a China, pois recentemente foram descobertas grandes quantidades do elemento em seu território.

O South China Morning Post noticiava, em fevereiro, que a China tem material suficiente para satisfazer suas necessidades energéticas por 60.000 anos.

O novo avanço dos chineses está a abrir caminho para reatores operacionais significativamente mais seguros do que as alternativas convencionais.

[sc name=”assina” by=”Miguel Esteves, ZAP” url=”” source=””

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