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Portugal prepara-se para rearmamento: já faz sistemas de combate para navios de guerra

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Nav Portugal

A época de investimento na indústria de defesa europeia já começou. Portugal quer dar o seu contributo, e tem um trunfo na manga — capital intelectual.

A Europa entrou numa nova era de rearmamento, face à escalada das tensões internacionais. A presidente da Comissão Europeia Usrula von der Leyen anunciou este mês um pacote de investimento de 800 mil milhões de euros em defesa por parte da União Europeia.

E Portugal quer estar na proa desse navio — o segredo pode estar em brainware.

A Thales é uma gigante indústria de defesa francesa, que chegou há vários anos a Portugal. A Thales Edisoft tem sede em Paço de Arcos, e quer colocar o país na proa do navio de rearmamento europeu.

“O que fazemos dentro da Thales Edisoft, a partir de Paço de Arcos, é muito competitivo. Os engenheiros que cá temos são state of the art, são os melhores. Estão aqui mas podiam estar em qualquer empresa de topo do mundo”. Assim diz o presidente executivo da empresa, Sérgio Barbedo, ao Expresso.

“Somos portadores de capital intelectual (brainware) de grande nível, desenvolvemos sistemas de engenharia de topo, e essa poderá ser a mais-valia de Portugal na sofisticada e competitiva indústria da defesa europeia que irá dar um salto nos próximos anos”, diz ainda.

A empresa portuguesa conta com um centro de engenharia especializado em sistemas de comando e controlo naval, que pode ser bastante útil em situação de combate. Existe ainda outro centro especializado em gestão de tráfego aéreo.

“A Thales opera a partir de Portugal para todo o mundo. Fornece o sistema de comando e controlo para as marinhas inglesa, alemã e polaca. A equipa portuguesa dá cartas na gestão do tráfego aéreo: é a número um mundial no sistema de gestão de mensagens aeronáuticas de planos de voo [Top Sky AMHS] e a número três no sistema de mapeamentos dos movimentos em pista [Top Sky Tower]”, explica Barbedo.

Para o diretor da Thales em Portugal, o país “pode e deve” dar o seu contributo para a indústria de defesa europeia, que conta com cada vez mais investimento. Como? “Vendendo brainware”.

“Temos que atrair para Portugal parte das capacidades que a Europa vai criar em defesa e para isso temos que saber fazer as aquisições certas, temos que as planear e temos de fazê-las em conjunto com os nossos aliados”, conclui, e temos em Portugal empresas capazes de fornecer todo o tipo de sistemas que as Forças Armadas possam precisar”.

ZAP //

2 Comments

  1. “Portugal prepara-se para rearmamento”

    Mas será que Portugal tem uma política de defesa? Quais são os nossos objetivos? Com que estratégias e com que meios? É com uma dúzia ou duas de aviões de combate super caros que nos queremos defender? Numa guerra a sério esses aviões durariam uma meia dúzia de horas e depois? Arcos e flechas? E carros de combate de milhões de euros , que vimos na Ucrânia a serem destruídos por drones que custam uns escassos milhares de euros? O nosso sistema de defesa precisa sim de uma Marinha a sério, por causa da dimensão do nosso mar territorial, com navios que podem ser construídos nos nossos estaleiros navais. O Exército tem de ser equipado para uma guerra assimétrica, com meios defensivos eficazes mas de baixo custo. E ser capaz de manter uma guerra de guerrilhas que desgaste qualquer potencial invasor.

    Mas será que os nossos governos estão à altura de definir as políticas certas de defesa? Até agora não têm sido…

  2. A industria do armamento, é o que está a dar neste momento. E digo “dar”, literalmente, porque as comissões são generosas, e a canzoada não resiste ao cheiro da carniça que lhes estão passando pelas ventas.
    Em vez de pensarem em guerra, pensem em diplomacia, e invistam esses fundos, em desenvolvimento da educação, paz, e bem estar da população, em vez de, por exemplo nos absurdos, 800 mil milhões de euros que a Von der Leyen diz querer investir, em armamento (mas que a Europa, já com dificuldades económicas, NÃO TEM), e ainda no “grande esforço” que Portugal faz, gastando 6.000 milhões na defesa, e 221 milhoes na Ucrania.
    ACORDEM PORRA !!!

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