Apesar de o número geral de burlas ter diminuído em 2024, a PSP registou um aumento nas fraudes com criptomoedas. O investimento em carteiras de moedas virtuais é um dos métodos mais usados.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu um alerta devido ao aumento das burlas com criptomoedas, especialmente devido ao surgimento de dois novos métodos de fraude desde o início do ano. As autoridades têm reforçado a sensibilização e a prevenção para evitar mais vítimas.
Os novos esquemas têm como objetivo enganar as vítimas, mas diferem na abordagem. No primeiro método, os criminosos prometem lucros rápidos e fáceis para convencer as vítimas a investir em carteiras de moedas virtuais que acabam por desaparecer.
No segundo, os burlões fazem-se passar por funcionários de empresas, oferecendo uma falsa devolução de dinheiro relacionada com investimentos em criptomoedas, levando a vítima a realizar transferências bancárias em vez de receber qualquer quantia, explica o Público.
O subintendente Sérgio Soares destaca que “as burlas têm vindo a assumir uma grande representatividade na criminalidade geral denunciada” e que a PSP acompanha constantemente esta evolução para atuar na investigação criminal e na prevenção.
O segundo método de burla, o “falso funcionário”, envolve chamadas fraudulentas com origem em números portugueses, levando a vítima a partilhar o ecrã do telemóvel e permitindo ao burlão ver os códigos introduzidos. “Acreditamos que estamos perante um esquema altamente sofisticado”, conclui Sérgio Soares, reforçando a importância de manter a atenção redobrada e não partilhar informações sensíveis sem as devidas confirmações.
Os dados provisórios da PSP mostram uma diminuição das ocorrências de burlas em 2024, com 26 464 casos registados, menos 3878 do que os 30 342 de 2023. A burla “Olá Mãe/Olá Pai” foi a que registou a maior descida, passando de 4314 ocorrências em 2023 para 2178 em 2024, o que se deveu às ações de sensibilização e detenções realizadas pela PSP e outras forças de segurança.
Contudo, as burlas relacionadas com criptomoedas aumentaram de 113 em 2022 para 258 em 2024. As grandes metrópoles de Lisboa e Porto, seguidas de Setúbal, registaram o maior número de casos. No Comando Metropolitano de Lisboa, as ocorrências duplicaram de 2022 (53) para 2024 (105).
A burla com criptomoedas recorre frequentemente ao ciberespaço, utilizando falsas páginas nas redes sociais ou links fraudulentos. Sérgio Soares alerta para sinais como promessas de retornos elevados e rápidos, pagamentos antecipados em criptomoedas e ofertas de ajuda gratuita para investimentos.