Ursula von der Leyen / X
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Reunião de líderes europeus
Especialista em relações internacionais avisa que a Europa deve repensar a sua estratégia geopolítica; sugere três opções “impensáveis”.
O futuro da Europa estava em jogo na Conferência de Segurança de Munique; e o que saiu de lá não foi muito animador.
Sobretudo depois de ouvir J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, que preferiu falar em liberdade de expressão e sobre uma alegada “ameaça de dentro” que vem da Europa. Uma ameaça maior do que Rússia ou China, assegurou. Até se focou nas eleições da Roménia, por exemplo. Atacou as democracias europeias, falou em falhas na imigração.
A relação transatlântica, entre Europa e EUA, ficou claramente mais tensa. Ou mesmo sob maior ameaça.
A Europa está claramente a perder influência geopolítica. Isso é bem visível nas negociações das últimas semanas sobre a guerra na Ucrânia.
Por isso, este é o momento de a Europa adotar medidas drásticas para recuperar a sua posição no palco mundial, avisa Kishore Mahbubani.
O especialista em assuntos internacionais, um dos mais conceituados no Instituto de Pesquisa da Ásia, escreveu no FP que, para restaurar o seu poder geopolítico, a Europa deve pensar em três estratégias ousadas e controversas. Fazer o “impensável”, em resumo.
Ameaçar sair da NATO
A longa dependência da Europa da NATO e dos EUA tem vindo a ser questionada.
Atualmente, os países europeus contribuem de forma significativa para os gastos com a defesa, mas continuam dependentes da liderança dos EUA.
Por isso, a Europa deveria anunciar a sua intenção de sair da NATO, enviando um forte sinal de que já não precisa dos EUA para garantir o seu futuro.
Embora sair da aliança possa não ser uma medida prática, a mera ameaça obrigaria os EUA a reconsiderar a sua abordagem e a tratar a Europa com mais respeito.
Permanecer na NATO após várias provocações dos EUA cria a impressão de que a Europa está simplesmente a submeter-se às exigências de Washington.
Reavaliar as relações com a Rússia
Durante décadas, a Rússia tem sido um rival central para a União Europeia; mas esta perceção pode já não ser válida, nesta altura.
Um novo acordo com a Rússia talvez fosse boa opção. Um acordo baseado no respeito mútuo e na acomodação dos interesses fundamentais de ambas as partes.
Com o foco estratégico de longo prazo da Rússia na China, a UE poderia envolver a Rússia num diálogo sobre objetivos comuns, particularmente em questões como a Ucrânia. Tudo sem ver a Rússia como uma ameaça existencial.
Nova estratégia com a China
A abordagem atual da UE em relação à China, influenciada pelas prioridades dos EUA, tem gerado tensões desnecessárias.
Os responsáveis pela política europeia permitiram que a estratégia geopolítica de Washington ofuscasse os seus próprios interesses.
Uma área chave em que a China pode ajudar é a enfrentar a crise demográfica iminente da Europa. A crescente população de África é uma questão premente para a Europa, e o investimento chinês em África poderia criar empregos, reduzir as pressões migratórias e beneficiar ambos os continentes.
Em resumo: em vez de continuar a seguir a liderança de Washington, a Europa deve afirmar a sua autonomia, reconhecendo que as grandes potências agem sempre no seu próprio interesse. E até Trump poderia respeitar mais a Europa, se houvesse esta mudança de postura.
“Durante décadas, a Rússia tem sido um rival central para a União Europeia; mas esta perceção pode já não ser válida, nesta altura.
Um novo acordo com a Rússia talvez fosse boa opção. Um acordo baseado no respeito mútuo e na acomodação dos interesses fundamentais de ambas as partes.”
Finalmente alguém que percebeu. Infelizmente não foi um europeu, foi um indiano de Singapura, porque na Europa estão todos parvos…
Aviso aos incautos: estes aparentemente moderados, defensores do diálogo e da paz são agentes de propaganda do Putin.
Ou então são cretinos que acham que é boa ideia premiar o agressor.
Pode ser que quando os seus filhos estiverem a ser mortos num qualquer combate com a Rússia a sua brilhante opinião venha a mudar…
Das 3 ideias mirabolantes do Sr. Kishore Mahbubani, apenas uma faz sentido: A saída efetiva e imediata da NATO. Enfase em «IMEDIATA!!»
Reavaliar o que quer que seja com Rússia ou China, é continuar no caminho de enfraquecimento da Europa e trocar uma forma de dependência por outras bem piores. No final das contas, sendo OBRIGADO a estar dependente, prefiro estar dependente dos EUA do que de Rússia ou China. Esclareço, que não quero uma UE dependente de ninguém….
Falta só mais uma ideia… impensável, se quiserem: Começar a dar passos concretos, efetivos, para RAPIDAMENTE! termos os Estados Unidos da Europa. Este, para mim, é o único caminho que faz sentido e aquele que EUA, Rússia e China têm pavor que aconteça.
«Se te vires paralisado pela dúvida no caminho a seguir, segue aquele que os teus inimigos mais temem.» (Sun Tzu, A Arte da Guerra)
Sair da Nato assim que construir um exército Europeu a sério. Eventualmente aumentar laços com a China mas sempre com independência militar, não cometer o mesmo erro novamente. A França vai ter que começar a distribuir as armas nucleares pelos outros estados membros, principalmente os mais próximos da Rússia. Não acho ideal investimento em armamento, mas infelizmente ainda tem que ser. Pode ser uma boa oportunidade para Portugal enriquecer um pouco, tanto financeira como industrialmente.