Renault

A gasolina já era, e os elétricos também caem — incluindo a até há pouco tempo reinante Tesla. Pelo meio, destacam-se os híbridos, a meia-medida entre as duas soluções.
Os registos de novos automóveis híbridos voltaram a ultrapassar os de veículos movidos a gasolina na Europa em janeiro, anunciou hoje a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, na sigla em francês).
Os registos destes modelos equipados com motores a gasolina e pequenos motores elétricos representaram 34,9% do mercado, face aos 28,7% do ano passado: uma subida de 6,2 pontos percentuais.
Os automóveis a gasolina começam a seguir a tendência já trilhada pelos a gasóleo e sofreram uma quebra acentuada em Janeiro (menos 18,9 pontos percentuais), sobretudo em França e na Alemanha.
Os modelos a gasolina representaram em janeiro 29,4% do mercado e os veículos a diesel 10%, menos 27 pontos percentuais do que no mesmo período do ano passado. Há um ano, era a gasolina que dominava o mercado, mas a descida deste combustível foi inversa à os veículos híbridos.
Os híbridos, menos poluentes que os modelos a gasolina e mais baratos que os elétricos, estão a retomar o controlo do mercado europeu depois de o terem dominado pela primeira vez durante três meses, de setembro a novembro de 2024.
Os modelos 100% elétricos aumentaram significativamente ao longo do ano (mais 34%), especialmente na Bélgica, Alemanha e Itália (mais 126%), mas mantêm-se estáveis em comparação com dezembro, e com disparidades significativas dependendo do país.
A nível europeu, os veículos elétricos representaram em janeiro 15% dos registos, ainda longe das metas estabelecidas para os fabricantes pela Comissão Europeia: 25% em 2025 e 100% em 2035.
“É evidente que a Europa ainda tem trabalho a fazer para evitar a estagnação”, disse a diretora-geral da ACEA, Sigrid de Vries, em comunicado.
A ACEA apelou a um relaxamento das regras europeias sobre as emissões de dióxido de carbono, o gás mais responsável pelo aquecimento global, das quais surgem as metas de vendas de automóveis elétricos.
“A UE deve fazer todos os possíveis para que o Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Indústria Automóvel seja um sucesso, para permitir uma transição eficaz para a mobilidade com emissões zero, preservando ao mesmo tempo a nossa competitividade global”, acrescentou de Vries.
O sucesso dos híbridos beneficiou a japonesa Toyota, apesar de uma ligeira quebra em janeiro (menos 4,9 pontos percentuais). Com mais de 8 modelos de gama híbrida, a Toyota aposta em modelos como o Yaris ou o C-HR.
A francesa Renault (mais cinco pontos percentuais), também beneficiou desta aposta nos híbridos, com modelos como o Clio ou o Captur, e atingiu uma quota de mercado de 10,9%.
A pioneira em automóveis elétricos Tesla viu as vendas caírem para metade em janeiro, prejudicadas por uma mudança na gama e também, potencialmente, por posições controversas assumidas pelo dono da empresa, Elon Musk.
A substituir o reinado da Tesla em Portugal, têm surgido os veículos da chinesa BYD, que tem vindo a apostar não apenas na exportação dos elétricos, mas também na produção no estrangeiro. As marcas chinesas em Portugal representa quase dois terços do mercado.
Com todas os tipos de veículos combinados, as vendas caíram 2,6% em janeiro face ao mesmo mês de 2024. Os principais mercados europeus (Alemanha, França, Itália) apresentaram quedas, enquanto Espanha registou uma ligeira recuperação.
ZAP // Lusa