“Estrondo” no Bloco: mais de 70 militantes de saída devido ao apoio do partido à Ucrânia

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Rodrigo Antunes / Lusa

Mariana Mortágua, porta-voz do Bloco de Esquerda

Mortágua vê saída com “naturalidade” de militantes de Portalegre, que denunciam “constante violação da democracia interna”.

A coordenadora BE, Mariana Mortágua, afirmou esta terça-feira que encara “com naturalidade” a saída do partido de mais de 70 militantes do distrito de Portalegre, associando-as a divergências relacionadas com a posição bloquista sobre a guerra na Ucrânia.

“Penso que houve um afastamento destas pessoas, que decidiram fazer os seus projetos políticos fora do partido. E lamento, porque acho que todas as posições cabem dentro do Bloco de Esquerda e enriquecem o debate, mas, como digo, encaro com naturalidade estas saídas”, considerou Mariana Mortágua, em conferência de imprensa na Assembleia da República.

A bloquista reagia ao anúncio da desvinculação de mais de 70 militantes do BE de Portalegre, através de um comunicado divulgado esta terça-feira, ao qual a agência Lusa teve acesso.

Mariana Mortágua afirmou que todos os militantes são bem-vindos, “tenham as opiniões que tiverem, desde que cumpram os estatutos do BE e as posições políticas mínimas do partido“, rejeitando as acusações feitas por estes bloquistas de “constante violação da democracia interna”.

A dirigente associou ainda estas saídas a uma “tendência organizada” no partido, “que tem sido oposição nas várias convenções” e manifestado “divergências com a linha política do BE, nomeadamente no que diz respeito à Ucrânia”.

Nunca apoiou e, aliás, criticou a direção do Bloco, porque entende que não devíamos enviar material nem apoiar a resistência ucraniana face à invasão, e essa é uma divergência política conhecida”, sustentou a deputada.

“A corrente ‘Convergência’ optou por não medir-se na convenção e sair com estrondo”, escreveu no Instagram a deputada e ex-líder do Bloco Catarina Martins: “a sua posição de abandono da Ucrânia à Rússia nunca venceu no Bloco e ainda bem. Sair agora é mau, sair assim não faz jus à nossa história”.

Sobre as críticas dos bloquistas de Portalegre, que acusaram a direção de desinvestimento naquele distrito, Mortágua negou, afirmando que o partido “tenta ter a maior atividade possível em todos os distritos”.

Até ao momento, de acordo com a coordenadora bloquista, o partido só recebeu 12 pedidos de desvinculação dos mais de 70 anunciados e insistiu que nos estatutos do partido não estão previstas “nem adesões, nem desvinculações coletivas”. “Chegaram 12 comunicações à sede, mas teremos mais anúncios”, confirmou Catarina Martins.

Interrogada sobre que balanço faz da sua liderança nos últimos dois anos à frente do partido, Mariana Mortágua respondeu que “ainda é cedo” para tal e lembrou que os bloquistas têm uma convenção agendada para 31 de maio e 1 de junho.

“O Bloco tem, na sua origem e na sua forma de funcionamento, diferentes correntes, diferentes grupos que se vão organizando de diferentes formas ao longo do tempo. E quero crer que se organizam por questões políticas, por ideias políticas. Já houve, ao longo da história do Bloco, grupos que foram saindo, que formaram outros partidos. A vida dos partidos é dinâmica. Os partidos evoluem”, realçou, salientando que existem ‘nuances’ na própria evolução da esquerda a nível mundial.

“Essa vida plural da esquerda dos partidos existe e acho que a devemos encarar com naturalidade. De forma nenhuma comparo isso com as condições quer de exercício de democracia, quer de unificação do BE e da sua direção”, completou.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. 70 que disseram Chega de apoiar quem não quer saber dos português e vive obcecada com assuntos em nada contribuem para o bem estar do trabalhador português. Mariana existe mais partidos de esquerda em Portugal….

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  2. Apoiar a Ucrânia da maneira que se fez é reduzir a Europa à insignificância. O que se proporia a Europa fazer face a uma clara vitória da Rússia? Por um lado tinhamos cortado as pontes com um país vital para a Europa, e a derrota da Ucrânia deixáva-nos de mãos vazias. Falta inteligência aos dirigentes europeus.

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  3. Acabam por ficar a Mariana, a mana e o Fabien. Partido do táxi. E, nas próximas eleições, só um(a) deputada/o, com mãos e pés atados e trapo na boca, mas os olhos e ouvidos destapados, para ver e ouvir, mas não dizer mais asneiras. Já chegaram estes 25 ou 26 anos de existência.

  4. Esses 70 deviam ir alistar-se no exercito do kremlin e dar o corpo as balas na linha da frente; estão desejosos de se tornarem escravos dos russos/chineses e agora tb americanos com o cao que nao conhece dono chamado trump. Querem uma nova ordem mundial de escravos? podem começar já, façam as malas e toca a marchar.

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