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PJ alerta que clubes portugueses são usados para branquear dinheiro ilícito

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O coordenador da unidade da Polícia Judiciária que combate a corrupção alerta que há clubes da Primeira Liga portuguesa que são utilizados para o branqueamento de capitais ilícitos, algo que é uma “preocupação” e motivo de investigação.

Luís Ribeiro, o coordenador da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ), falava durante o fórum Finantial Integrity and Transparency in Sport (Integridade e Transpararência Financeira no Desporto) que decorreu na semana passada, em Lisboa.

As intervenções nesta iniciativa foram divulgadas online e Luís Ribeiro destacou que há “alguns clubes” portugueses onde se tem verificado “a entrada de capital claramente não identificado quanto à sua origem, nem quanto aos objectivos de quem adquire um clube”.

“Infelizmente, os clubes são usados para branquear proventos de origem ilícita“, alertou o coordenador da unidade da PJ, notando que sempre que são investidas quantias avultadas em clubes portugueses as autoridades são alertadas e investigam.

E, muitas vezes, é detectada “a saída deste dinheiro de uma forma que não é perceptível”, analisou ainda Luís Ribeiro.

O dirigente da PJ destacou, nomeadamente, suspeitas quanto aos direitos de imagem dos atletas, “que funcionam sem valor definido”. Os clubes gastam dinheiro “através de pagamentos de comissões sem grande clareza e com valores sobrevalorizados”, notou.

Luís Ribeiro deu ainda exemplos de “pagamentos de comissões a intermediários de uma forma que não é completamente clara”, e de “contratos celebrados com valores sobrevalorizados para que esse dinheiro saia dos clubes de uma forma aparentemente lícita”.

“Mas quando se faz uma análise mais detalhada, percebe-se que aqueles valores não são de todo proporcionais face aquilo que pretendiam pagar”, concluiu.

“Temos contratos sobrevalorizados ou fictícios, que servem apenas para justificar a saída de dinheiro e para permitir que o excedente reverta para outros fins”, apontou também.

ZAP //

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