Colisão nos EUA: só havia um controlador para helicópteros e aviões. Trump culpa diversidade e Biden

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Donald Trump

Sabe-se agora que só um controlador aéreo é que estava a gerir os aviões comerciais e os helicópteros militares antes do desastre aéreo em Washington D.C. Trump culpa as políticas de diversidade pelo desastre.

Na sequência do trágico acidente de avião no Aeroporto Nacional Ronald Reagan em Washington D.C., Donald Trump transformou o que se esperava ser uma conferência de imprensa solene numa crítica aos seus adversários políticos e às políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).

Apesar da falta de provas que liguem a DEI ao incidente, Trump sugeriu que o declínio dos padrões de controlo do tráfego aéreo era o resultado destas políticas em administrações anteriores.

O acidente, que envolveu um jato da American Airlines e um helicóptero militar dos EUA, causou 67 mortos, tendo 28 corpos sido recuperados do rio Potomac na manhã de quinta-feira.

“Devemos ter apenas os mais altos padrões para aqueles que trabalham no nosso sistema de aviação”, afirmou Trump, que acusou Biden de acabar com os “testes muito poderosos” para controladores de tráfego aéreo.

O Presidente norte-americano sugeriu ainda que o foco da Admnistração Federal de Aviação na contratação de indivíduos com “graves deficiências intelectuais e psiquiátricas” era indicativo de falhas sistémicas, parecendo que estava a ler um relatório publicado pela Fox News.

Quando questionado sobre se planeia visitar o local do acidente, Trump respondeu: “Qual local? A água? Querem que eu vá nadar?“.

O Secretário dos Transportes, Sean Duffy, e o Secretário da Defesa, Pete Hegseth, fizeram eco dos sentimentos de Trump, apelando ao fim das iniciativas DEI nos seus respetivos departamentos.

O vice-presidente JD Vance também interveio, afirmando que os candidatos qualificados tinham sido rejeitados com base na raça e que “queremos contratar as melhores pessoas e realmente competentes o suficiente para fazer o trabalho”.

Os comentários de Trump atraíram a condenação rápida dos líderes democratas, particularmente do ex-secretário de Transportes Pete Buttigieg, que refutou as alegações de Trump e chamou os seus comentários de “desprezíveis”. Buttigieg salientou que, uma das primeiras decisões Trump após voltar à Casa Branca foi demitir e suspender o pessoal-chave da segurança da aviação.

O líder da minoria Democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, também acusou Trump de “espalhar mentiras, teorias da conspiração e atacar as pessoas de cor e as mulheres sem qualquer base”. “Não tem decência? Não tem respeito pelas famílias cujas vidas viraram do avesso?”, questionou.

Helicópteros e aviões só tinham um controlador

Enquanto Trump e a sua administração se concentram em atribuir culpas, as autoridades da aviação continuam a investigar as causas do acidente, que aconteceu num dos espaços aéreos mais controlados do mundo.

A FAA e o NTSB garantiram ao público que será realizada uma investigação exaustiva para determinar os fatores que causaram tragédia e implementar as melhorias de segurança necessárias. Deve ser revelado um relatório preliminar sobre o acidente nos próximos 30 dias.

Também já foram encontradas as duas caixas negras do avião, assim como o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo. As caixas negras estavam submersas, mas serão analisadas, de acordo com o Conselho Americano de Segurança nos Transportes, a a agência independente encarregada de investigar acidentes de transporte civil.

Um relatório inicial da FAA obtido pelo New York Times também revelou que o pessoal que estava na torre de controlo “não era o normal“. Geralmente, entre as 10h e 21h30, cada tipo de aparelho tem um controlador aéreo diferente e cada um comunica com a torre em frequências diferentes. No entanto, na noite do acidente, estava só uma pessoa a gerir o tráfego dos aviões comerciais e dos helicópteros militares.

Além disso, de acordo com Washington Post, as funções de controlador de dados de voo e de controlador de entrega de autorizações para aterrar e levantar voo também estavam nas mãos de uma só pessoa.

No entanto, uma fonte próxima ouvida pela Associated Press contraria a ideia de que o pessoal não era o normal, afirmando que as posições são combinadas frequentemente quando um dos controladores faz uma pausa ou está a mudar de turno ou quando há pouco tráfego aéreo.

Adriana Peixoto, ZAP //

2 Comments

    • O Trump está a mostrar o porquê de ter sido eleito. Não há cá “cotas” para cargos ou empregos. Voltou a meritocracia. O DEI (departamento de inclusão e igualdade) veio dar cabo da excelência nos mais diversos setores de trabalho, ao impingir aos patrões que empreguem pessoas em função de raça, cor ou ideologia de género?! E depois o Trump é que é maluco???? Mau foi terem morrido quase 70 pessoas por incompetência! Mas vai acabar a mediocridade!

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