Zuckerberg vai “livrar-se” de 3600 pessoas — e quer “celebrar a agressividade” masculina

Alex Wong / Getty Images / AFP

Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook

“Decidi elevar a fasquia da gestão do desempenho e livrar-me mais rapidamente dos funcionários com fraco desempenho”, afirma o CEO da Meta. 5% do pessoal vai ser despedido.

A Meta planeia despedir cerca de 3.600 empregados considerados pouco eficientes, antes de contratar funcionários para ocupar os seus lugares a partir deste ano, de acordo com um memorando interno enviado na terça-feira aos seus empregados.

A empresa-mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp confirmou à AFP que o patrão Mark Zuckerberg decidiu despedir 5% do pessoal. A Meta empregava cerca de 72.400 pessoas em setembro.

Decidi elevar a fasquia da gestão do desempenho e livrar-me mais rapidamente dos funcionários com fraco desempenho“, afirma o CEO na nota.

A Meta já tinha despedido vários milhares de trabalhadores em 2023, decretado o “ano da eficiência” na sequência da pandemia.

O despedimento de uma parte dos trabalhadores com base no desempenho é uma prática comum nas grandes empresas americanas. Uma decisão semelhante foi anunciada na Microsoft na semana passada, segundo o Business Insider, afetando menos de 1% dos empregados do grupo.

Mais insultos permitidos no Instagram e Facebook

Na semana passada, Mark Zuckerberg pôs fim ao seu programa de fact-checking nos Estados Unidos, destinado a combater a desinformação nas suas plataformas e visto como “censura” contra os conservadores pela direita americana.

Em vez de organizações independentes, os utilizadores poderão acrescentar contexto a certas publicações, como acontece na rede social X de Elon Musk.

 

O líder também pôs fim aos programas destinados a promover a diversidade dos funcionários e as regras de moderação de conteúdos no Facebook e no Instagram foram flexibilizadas. A partir de agora serão permitidos mais insultos e apelos à exclusão de mulheres e pessoas LGBTQIA+ das instituições.

No maior podcast do mundo, The Joe Rogan Experience, de Joe Rogan, transmitido na passada sexta-feira, Zuckerberg confessou que acredita que as empresas precisam de mais “energia masculina”: é bom “celebrar a agressividade um pouco mais”, sublinhou.

“Penso que a energia masculina é boa e, obviamente, a sociedade tem muito disso, mas penso que a cultura empresarial estava realmente a tentar afastar-se dela”, afirmou.

“É como se quiséssemos energia feminina e energia masculina, acho que tudo isso é bom. Mas acho que a cultura corporativa se transformou numa coisa um pouco mais castrada”, acrescentou: “e penso que ter uma cultura que celebra um pouco mais a agressividade tem os seus próprios méritos que são realmente positivos”.

Novas ligações a Trump, Musk e Dana White

A decisão da Meta, no entanto, faz parte de uma série de anúncios com o objetivo de transformar o gigante das redes sociais na era de Donald Trump e Elon Musk.

“Penso que grande parte da nossa sociedade se tornou (…) castrada, de certa forma, ou emasculada”, disse Zuckerberg a Rogan, na entrevista alargada transmitida na sexta-feira.

Tal como muitos dos seus vizinhos e concorrentes no Silicon Valley, Zuckerberg tem feito repetidos avanços em direção a Donald Trump.

Jantou com ele em novembro, doou um milhão de dólares para a sua cerimónia de tomada de posse, a 20 de janeiro, e nomeou vários dos seus aliados para cargos importantes.

Do lado inverso, o empresário Dana White, presidente da liga desportiva de artes marciais UFC e apoiante de Donald Trump, faz agora parte do conselho da Meta.

A nomeação foi anunciada por Zuckerberg no Facebook, onde acrescentou que Charlie Songhurst, um investidor em tecnologia que tem aconselhado a Meta sobre inteligência artificial, e John Elkann, CEO da Exor, uma holding que possui várias marcas automóveis e outras empresas, também farão parte do conselho de diretores.

ZAP // Lusa

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