Tesouro de moedas milenares desenterrado em Inglaterra

Sizewell C

Tesouro com 321 moedas de prata desenterrado em Inglaterra

Arqueólogos ingleses descobriram um tesouro de 321 moedas de prata em perfeito estado de conservação no local de construção de uma nova central nuclear, no leste de Inglaterra, que começou a ser construída no ano passado.

As 321 moedas de prata encontradas – algumas das quais são de pequenas casas da moeda rurais e, por conseguinte, bastante raras – datam de 1036 a 1044.

Como detalha o comunicado publicado na semana passada, as moedas estavam embrulhadas em tecido e chumbo – o que sugere que o seu proprietário poderá ter tentado protegê-las enquanto as enterrava para evitar que fossem confiscadas.

Curiosamente, a datação das moedas coincide com o início do reinado do rei anglo-saxónico Eduardo, o Confessor, um período turbulento da história inglesa durante o qual o rei exilou e confiscou as propriedades de várias elites que tinham caído em desgraça.

No entanto, como nota a Live Science, os arqueólogos teorizam que o proprietário do tesouro era provavelmente uma pessoa de estatuto médio, em vez de uma elite ou alguém de importância nacional. É possível que, ainda assim, tivesse influência local e, por isso, temesse as repercussões da mudança de regime, o que o levou a enterrar as poupanças, após a coroação de Eduardo, o Confessor.

Alexander Bliss, especialista em moedas da Oxford Cotswold Archaeology (OCA), que liderou a investigação, detalhou que o valor do tesouro de moedas encontrado, no valor de 320 pence, teria sido uma soma considerável para a maioria das pessoas da época: “O suficiente para comprar cerca de 16 vacas”.

“Talvez o proprietário do tesouro estivesse preocupado com o novo regime ou com a situação política e a instabilidade social mais alargada, tomando medidas para esconder a sua riqueza”, explicou Bliss.

Os tesouros de moedas anglo-saxónicas são relativamente raros, existindo apenas três tesouros do período de 1042 a 1044. No entanto, o tesouro recém-descoberto destaca-se por ter sido escavado no seu “contexto original”, com uma bolsa de tecido preservada que ainda contém as moedas.

Muitos dos tesouros de moedas não têm esse “contexto original”, quer porque foram perturbados por atividades agrícolas, quer porque alguns detetores de metais os apanharam, mas não lhes reconheceram valor, deixando-os o para trás.

“Neste caso, a preservação da bolsa era muito importante porque faz parte do ‘objeto’ global como um elemento de contenção das moedas”, disse Bliss.

Como é detalhado no comunicado, os arqueólogos desfizeram a bolsa num laboratório e determinaram que o invólucro de chumbo foi fabricado a partir de uma folha dobrada, o que sugere que o proprietário do tesouro teve cuidado ao enterrá-lo e utilizou um invólucro que sabia ser resistente.

Não se sabe ao certo porque é que o proprietário nunca voltou para buscar as moedas, mas é possível que tenha morrido antes de as conseguir recuperar ou de contar a alguém. “Em alternativa, pode ter sido impedido de as recuperar por outros meios, por exemplo, se tiver saído ou sido exilado do país e não tiver podido regressar”, disse Bliss.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.