Um ano de dados desta missão forneceu uma imagem mais clara do que 30 anos de dados recolhidos por navios e satélites mais antigos.
Cientistas utilizaram dados da missão Surface Water and Ocean Topography (SWOT), da NASA, para desenvolver um mapa detalhado do fundo do oceano a partir de medições de satélite.
Num artigo publicado esta quinta-feira na Science, os investigadores afirmaram que um ano de dados desta missão forneceu uma imagem mais clara do que 30 anos de dados recolhidos por navios e satélites mais antigos.
“O oceano cobre 71% da superfície da Terra, mas o fundo do mar está mal mapeado em comparação com a Lua, Marte e Vénus“, começam por alertar os investigadores.
O mapeamento do oceano normalmente envolve sondas baseadas em navios e altimetria de radar por satélite. A missão da NASA utiliza esta altimetria de radar para medir as alturas da superfície do oceano com elevada precisão.
“Com a missão ainda em andamento, o SWOT promete descobertas críticas para o mapeamento, a reconstrução de placas tectónicas, a navegação submarina e a mistura oceânica profunda”, estimam os cientistas.
O mapa
A equipa concentrou-se em três tipos de características submarinas: colinas abissais, pequenos vulcões submarinos e margens continentais.
Com os dados recolhidos pelo satélite da NASA, a equipa mapeou colinas individuais e identificou os locais onde a direção das cristas mudou, sugerindo que, em algum momento da história da Terra, a placa tectónica que as formou alterou a direção do seu movimento.
“As novas observações por satélite têm uma resolução cerca de duas vezes maior do que as observações mais antigas, apresentando uma oportunidade para compreender melhor as características geológicas do fundo do mar”, complementa o artigo.
No que diz respeito aos vulcões submarinos, a equipa conseguiu localizar milhares de vulcões mais pequenos, com menos de 1.000 metros de altura, que até então eram desconhecidos.
A missão da NASA destinada a produzir este mapa detalhado do fundo do oceano está planeada para durar três anos, com o objetivo de continuar a recolher dados sobre correntes oceânicas e avaliar a disponibilidade de água doce no mundo.
ZAP // CanalTech