“Guerra do Cão Perdido”. Em 1925, um soldado a correr atrás do seu cão causou um conflito armado?

// McLellan, David / Wikipedia

Ao perseguir o seu cão foragido, um soldado grego acabou por entrar inadvertidamente em território búlgaro e foi abatido. Segundo alguns historiadores, situação terá levado à morte de mais de 50 pessoas e a ameaças de invasão.

Em outubro de 1925, as tensões entre a Grécia e a Bulgária transformaram-se num conflito bizarro, agora conhecido como a “Guerra do Cão Perdido”.

O incidente, embora de pouca importância à primeira vista, teve início durante um período de profunda discórdia política e territorial entre as duas nações sobre a Macedónia.

A história peculiar começou quando um soldado grego estacionado na fronteira viu o seu cão a perder-se em território búlgaro, atravessando a fronteira para a cidade de Petrich.

Ao perseguir o seu animal de estimação, o soldado violou inadvertidamente a fronteira, o que o levou a ser abatido pelas forças búlgaras.

Outras versões da história afirmam que as forças búlgaras atravessaram a fronteira e mataram dois soldados gregos, o que acrescenta uma camada de incerteza ao desencadear exato do conflito, refere o IFLScience.

Independentemente da causa inicial, a Grécia reagiu com indignação, emitindo um ultimato a exigir reparações e ameaçando invadir o país se as condições não fossem cumpridas.

As forças gregas, cumprindo a sua palavra, avançaram para a Bulgária, ocupando Petrich. A incursão deu origem a um banho de sangue, com mais de 50 mortos, antes da intervenção da Liga das Nações para mediar a situação.

A Liga pronunciou-se contra a Grécia, declarando que a ocupação de Petrich era injustificada. A Grécia acatou a decisão, retirando as suas tropas e aceitando pagar uma multa de 45 mil libras esterlinas – uma soma significativa na altura.

O conflito, apesar das suas origens invulgares, pôs em evidência a frágil geopolítica da época e a prontidão das nações para responderem energicamente, mesmo a provocações aparentemente triviais.

Estes episódios servem para lembrar que a história é tão imprevisível quanto estranha e também sublinham como os conflitos – por mais pequenos ou estranhos que sejam os seus inícios – podem transformar-se em crises maiores quando a diplomacia passa para segundo plano.

ZAP //

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