Descoberta uma “super Terra” dura como o aço

Astrobiology Center

Ilustração do K2-360

Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um novo sistema de planetas em torno de uma estrela semelhante ao Sol, incluindo um planeta com uma das maiores densidades alguma vez medidas.

O sistema, revelado por cientistas do Observatório Astronómico Nacional do Japão, foi descrito numa investigação publicada no início de novembro na Nature e fornece novas pistas sobre a formação e evolução de planetas em ambientes extremos.

Identificado pela sigla K2-360, o sistema está localizado a aproximadamente 750 anos-luz da Terra. No total, conta com dois planetas a orbitar uma estrela semelhante ao nosso Sol: K2-360 b e K2-360 c.

O K2-360 b é uma “super-Terra” com cerca de 1,6 vezes o tamanho da Terra, e que orbita a sua estrela a cada 21 horas. Com uma massa 7,7 vezes maior que a da Terra, é o planeta mais denso e bem caracterizado do seu tipo descoberto até à data; já o
K2-360 c é um planeta externo maior, com pelo menos 15 vezes a massa da Terra, a orbitar a estrela a cada 9,8 dias.

Denominado Super-Terra devido à sua elevada densidade e ao seu tamanho semelhante ao do nosso planeta, este corpo celeste apresenta características que sugerem que poderá ter sido o núcleo de um planeta outrora maior, que acabou por se desprender.

Além disso, uma análise apontou que o K2-360 b tem uma composição rochosa rica em ferro e estima-se que possua um grande núcleo de ferro, representando cerca de 48% da sua massa. Este é outro aspeto que o torna ainda mais semelhante à Terra, cujo núcleo é composto por ferro e níquel.

“K2-360 b é [um planeta] realmente notável, tão denso quanto chumbo, acumulando quase oito massas terrestres numa esfera apenas um pouco maior que o nosso planeta”, afirmou John Livingston, autor principal do estudo, em comunicado.

“Este planeta dá-nos um vislumbre do possível destino de alguns mundos próximos, onde apenas os núcleos densos e rochosos permanecem após mil milhões de anos de evolução”, explicou, no mesmo comunicado, o coautor do estudo Davide Gandolfi, da Universidade de Turim.

A descoberta foi possível graças à missão K2 da NASA, que detetou pela primeira vez o planeta interno a transitar em frente à sua estrela, em 2016.

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