Ao explorar a teoria enigmática de como os neurónios transmitem sinais, os cientistas provaram que um dia conseguirão fazer chips de computador com resistência elétrica de quase zero.
Entre “a ordem e o caos”, os investigadores estão cada vez mais perto de fazer com que os chips de computador funcionem como o cérebro humano.
À margem de um estudo publicado na revista Nature no dia 11 de setembro, um grupo de cientistas, criou condições no “limite do caos”.
O “limite do caos” é um ponto de transição “entre a ordem e a desordem” que permite a rápida transmissão de informação, num dispositivo eletrónico.
Esta descoberta pode simplificar e aumentar a eficiência de futuros chips de computador ao emular a funcionalidade dos supercondutores.
Como explica a Live Science, no cérebro humano, cada neurónio possui um axónio que transmite sinais elétricos sem necessidade de amplificação externa. Isto é, os axónios operam no limite do caos para auto-amplificar sinais.
Inspirando-se nisso, os investigadores replicaram esse comportamento num sistema não biológico utilizando cobaltite de lantânio (LaCoO3). Ao aplicar a corrente adequada a este material, foram capazes de amplificar pequenas flutuações de voltagem.
Este método difere da eletrónica convencional, em que parte da energia se perde sob a forma de calor, ao passo que aqui contribui para a amplificação do sinal.
Os especialistas teorizam que esta abordagem possa vir a eliminar a necessidade de milhares de repetidores e buffers em chips, reduzindo a sua complexidade e melhorando a eficiência energética.
Os autores do estudo sugerem que este novo método poderia permitir um comportamento semelhante ao dos supercondutores em condições normais de temperatura e pressão, revolucionando a tecnologia dos chips de computador.