Espanha está a reforçar laços com a China, no contexto da iminente guerra comercial europeia. Mas corre riscos.
Ao encorajar cada vez mais o investimento chinês e abstendo-se de apoiar as novas tarifas europeias sobre os veículos elétricos chineses, Espanha está a posicionar-se como um “conetor” na economia global, numa altura em que a Europa está prestes a entrar numa guerra comercial.
O governo regional da Catalunha criou em janeiro um gabinete específico para promover os laços económicos com a China, depois de o Porto de Barcelona anunciar a construção de um terminal ferroviário acessível às exportações de veículos elétricos chineses e o projeto de um parque industrial de hidrogénio verde no valor de mil milhões de dólares, levado a cabo pelo gigante chinês de turbinas eólicas Envision Energy.
A recente visita do Primeiro-Ministro Pedro Sánchez a Pequim sublinhou o empenho da Espanha em reforçar esta relação económica, avança o jornal norte-americano The New York Times.
“A China é um parceiro económico fundamental” para a União Europeia e para Espanha, afirmou Carlos Cuerpo, ministro da Economia espanhol: “A Europa tem de encontrar o seu próprio caminho”.
Mas a abordagem espanhola diverge da recente decisão da União Europeia de impor uma tarifa de até 45% sobre os veículos elétricos chineses, uma política motivada por preocupações sobre os subsídios governamentais que permitem às empresas chinesas subcotar os concorrentes europeus. Espanha foi um dos 12 países da UE que se abstiveram na votação.
A aposta da vizinha de Portugal em joint ventures com empresas chinesas está em sintonia com o seu objetivo de aceder a tecnologia avançada e, ao mesmo tempo, promover a indústria local.Alguns veem a abordagem como uma oportunidade; outros, como uma nova fonte de dependência externa.
A guerra comercial entre os EUA e a China transformou-se desde 2018 numa remodelação do comércio mundial, com nações não alinhadas como o México e o Vietname a atuarem como intermediários. Da mesma forma, relata o jornal nova-iorquino, a Espanha e outros países da UE estão a servir de “pontes” económicas de ligação à China.
A indústria automóvel espanhola — a segunda maior da Europa — desempenha um papel importante nesta estratégia. Os fabricantes de automóveis chineses, incluindo a Chery e a MG, celebraram acordos para estabelecer instalações de produção em Espanha. Ao produzir veículos na Europa, as empresas chinesas evitam os direitos aduaneiros, enquanto os fabricantes espanhóis recebem em troca conhecimentos tecnológicos.
Mas a Espanha enfrenta o risco de retaliação por parte da China, como se pode ver no anúncio da Chery de adiar a produção na sequência da decisão da UE sobre os direitos aduaneiros.
A economia espanhola está numa trajetória de forte crescimento, com uma expansão prevista de 2,9% este ano, a mais elevada entre as principais economias ocidentais.
“A Europa tem de encontrar o seu próprio caminho”. É o que a Espanha está fazendo “numa trajetória de forte crescimento, com uma expansão prevista de 2,9% este ano, a mais elevada entre as principais economias ocidentai” Este é p exemplo a seguir pelo resto da Europa que deve assumir o próprio interesse, escolhendo as parcerias que mais lhe convêm. Á resposta do outro, eu diria, EUROPE FIRST.
Governo espanhol = vendido!