“Não sou culpado, meritíssimo”. Mayor de Nova Iorque julgado por fraude e suborno

1

Metropolitan Transportation Authority / Flickr

O Presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams

O presidente da Câmara de Nova Iorque, Eric Adams, declarou-se esta sexta-feira inocente de acusações de fraude e suborno, na primeira audiência do seu julgamento, num caso que abalou a cidade.

O mayor de Nova Iorque, Eric Adams, declarou-se inocente de cinco acusações de infrações penais, incluindo suborno, fraude eletrónica e solicitação de doações ilegais de cidadãos estrangeiros para a sua campanha eleitoral.

Adams apresentou-se esta sexta-feira no tribunal federal de Nova Iorque para uma primeira audiência.

Não sou culpado, Meritíssimo“, disse o autarca à juíza Katharine Parker, com uma expressão séria, segundo os jornalistas presentes no tribunal, citados pela BBC.

Eric Adams, de 64 anos, foi acusado no início desta semana de ter aceite fundos ilegais para a campanha e milhares de dólares em viagens de luxo de empresários turcos e de um funcionário em troca da sua influência como presidente da Câmara.

Após a sessão, o mayor saiu do tribunal sem fazer comentários, limitando-se a levantar o polegar.

Segundo o procurador federal de Manhattan, Damian Williams, ao longo dos anos Adams foi “inundado de presentes”, na maior parte dos casos provenientes da Turquia, sem os ter declarado, como era obrigado.

Os procuradores acusam Adams de “fraude eletrónica, solicitação ilegal de contribuições eleitorais de uma pessoa estrangeira e recebimento de subornos pagos por um funcionário turco”.

De acordo com a acusação, Adams teria usado a sua influência para acelerar a construção do arranha-céus que irá acolher a missão da Turquia nas Nações Unidas e o seu consulado geral.

Os alegados crimes do autarca remontam a cerca de uma década atrás, quando Adams, então capitão da Polícia de Nova Iorque, era responsável pelo distrito de Brooklyn.

A acusação menciona também voos numa companhia aérea turca e estadias em hotéis de luxo como parte dos presentes recebidos de doadores estrangeiros.

O caso afeta a reputação de Adam, eleito há cerca de três anos com a promessa de ser duro com o crime e melhorar a segurança da maior cidade dos Estados Unidos, com 8,5 milhões de habitantes

Esta é a primeira vez que um mayor de Nova Iorque em exercício é acusado criminalmente — e, a 40 dias das eleições presidenciais, nas quais a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump se mantêm empatados nas sondagens, o Partido Democrata corre o risco de ser afetado pelo caso.

Segundo a AFP, várias figuras da ala esquerda do Partido Democrata, entre as quais a deputada Alexandra Ocasio-Cortez, pediram que o prefeito renuncie ao cargo, mas Adams, que permanece em liberdade, descartou a possibilidade de se demitir.

A governadora do estado, a também democrata Kathy Hochul, que tem o poder de destituí-lo, anunciou esta sexta-feira que está a analisar as acusações e a ponderar a sua decisão.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.