A bicada “muito directa” de Marcelo a Montenegro

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Tiago Petinga / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro (D)

O Presidente da República aproveitou a tragédia dos incêndios florestais que está a afectar Portugal para lançar uma bicada aos políticos que soou a um “puxão de orelhas muito directo” a Luís Montenegro.

Após uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros sobre a situação dos incêndios, a que Marcelo Rebelo de Sousa presidiu, o Presidente da República aproveitou para dar um “conselho” à classe política.

“Por muito que os políticos sintam quase uma obrigação moral de ir mais perto daquilo que se passa, para respeitar o que estão a fazer os operacionais devem acompanhar tudo, mas não intervir onde não devem, nem são chamados“, apontou Marcelo com o primeiro-ministro Luís Montenegro ao lado.

Estas palavras são vistas pela jornalista do Público Helena Pereira como “um puxão de orelhas muito directo” a Montenegro depois de o governante ter andado num barco, no rio Douro, a acompanhar as buscas dos militares que morreram no acidente com um helicóptero de combate a incêndios.

Helena Pereira sublinha que as palavras de Marcelo soam a “uma censura ao comportamento que o primeiro-ministro teve há poucas semanas”, conforme sublinha no podcast “Soundbite” do Público.

A jornalista repara que a atitude de Montenegro “não ajudou em nada” às buscas pelos militares e até acabou por “gerar alguma contestação“.

A presença do primeiro-ministro nas buscas foi especialmente criticada pela comentadora política Ana Sá Lopes. Mas, agora, Montenegro “está a portar-se melhor”, destaca no podcast do Público. “Pelo menos, não foi para o meio dos fogos atrapalhar os bombeiros”, constata.

Ana Sá Lopes elogia ainda o primeiro-ministro por ter cancelado a agenda para acompanhar os incêndios num momento em que “estamos a viver uma tragédia nacional“.

Marcelo elogia o “combate corajoso das populações”

Sobre os incêndios, o Presidente da República diz que espera que a situação melhore até ao fim de semana, contando com “a eventual evolução favorável das condições meteorológicas” e com “efeito do combate corajoso das populações, de todos os operacionais da Protecção Civil, das Forças Armadas, da Guarda Nacional Republicana (GNR) e dos meios aéreos”.

“Não podemos ter a tentação da facilidade”, defendeu contudo, salientando que “foi bom que quer o senhor primeiro-ministro, quer o Presidente da República, não tivessem tido uma mensagem facilitista dizendo que a realidade mudava de um momento para o outro”.

Marcelo também elogiou a “serenidade” das populações, frisando que “deve ser agradecida e realçada, sobretudo nas zonas atingidas”.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. O Sr. PR devia olhar-se ao espelho. Está em todo o lado, e tudo comenta. No caso dele em particular, o de comentador, esse tempo já passou. Olhe para a prática do seu antecessor. Pouco fala e pouco intervém, mas quando o faz, é certeiro. Quanto ao PM, tem tido uma boa postura ao longo dos 5 meses de governo, salvo algumas excepções. Positivamente a léguas do antecessor, o novel presidente do Conselho Europeu. Os pontos negativos do PM, assim de repente, será com a questão da imigração que deveria ser com pulso e mão forte na restrição, a regularização dos 410.000 não deveria ser agilizada sem se verem as necessidades do país, e não os interesses dos imigrantes. E não deveria ter apoiado António Costa para presidente do C.E. Se fez o que fez no país, também não serve para a Europa.

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  2. O PR não tem razão nenhuma. O facto de Luís Montenegro ter chegado primeiro, no caso do helicóptero, não foi bem acolhido por Marcelo que, desta forma não teve o protagonismo de que gosta. Acresce que a caricata situação a que o LM se sujeitou, já não ilude os portugueses e, por isso, as críticas a que assistimos. O Marcelo só está a aproveitar-se disto como uma das suas vinganças.

  3. Lembram-se quando no início da presidência de Marcelo caiu uma avioneta no LIDL em Tires? Marcelo apareceu logo e foi mandado retirar pelos bombeiros. Bem prega Frei Tomás.

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