A edição desta semana do semanário Sol aponta as razões por detrás do negócio falhado entre a Escom e a Sonangol, que nunca foi clarificado no âmbito da queda do Grupo Espírito Santo.
De acordo com o Sol, a transação da empresa de construção e diamantes de Ricardo Salgado chegou a estar no papel, em 2010, e a petrolífera estatal angolana até pagou um sinal. No entanto, a operação nunca foi concluída, sem que se saiba o que motivou o impasse.
De acordo com documentos obtidos pelo Sol, Ricardo Salgado e o sócio Hélder Bataglia tentaram “uma série de engenharias financeiras para mascarar a dívida da empresa aos olhos dos angolanos”.
Entre as tentativas de disfarçar a dívida estariam uma sociedade offshore denominada Multiples, uma empresa do grupo Escom sediada nas Ilhas Virgens, com administradores da Escom na direção, nomeadamente Hélder Bataglia, Luís Horta e Costa e Pedro Ferreira Neto.
A Multiples terá sido então vendida pela Escom a uma sociedade desconhecida do Luxemburgo, cujos donos foram omitidos à petrolífera angolana.
No entanto, descreve o jornal, esse passivo manteve-se sempre na esfera do grupo, o que terá emperrado as negociações durante anos, com o BES em Portugal a par do que se passava, até que caíssem por terra.
Apesar de se tratar de um negócio de 800 milhões de dólares – o valor de venda da Escom -, o que a empresa de Ricardo Salgado tinha para oferecer era “uma mão cheia de nada”.
ZAP