Estamos programados para acreditar em deuses?

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Neurocientista Andrew Newberg explora o fenómeno religioso e sugere que o cérebro humano pode estar predisposto a experiências espirituais.

A origem das crenças religiosas tem sido debatida por várias ciências ao longo do tempo.

No artigo “… E o homem criou deus”, da National Geographic, o neurocientista Andrew Newberg explora o fenómeno religioso com base nas suas pesquisas, sugerindo que o cérebro humano pode estar predisposto a experiências espirituais.

A hipótese evolutiva sugere que rituais para tentar controlar as forças da natureza e conectar-se com antepassados foram os primeiros passos para o desenvolvimento do pensamento religioso.

Estudos como o de Michael Persinger, com o “capacete de Deus”, tentaram replicar sensações religiosas manipulando campos magnéticos, mas os resultados foram controversos, com dificuldade em serem replicados por outros cientistas.

Apesar das críticas, a neuroteologia, ciência que estuda a ligação entre o cérebro e a espiritualidade, continua a evoluir.

Andrew Newberg, um dos principais nomes da neuroteologia, realizou estudos que utilizam técnicas avançadas de neuroimagem para investigar a atividade cerebral durante práticas religiosas.

Nas suas investigações com freiras católicas e monges budistas, observou aumentos de atividade no córtex pré-frontal durante orações e cânticos, sugerindo que essas experiências são mediadas por circuitos neuronais pré-existentes.

Newberg evita afirmar que o ser humano está “programado” para a religião, pois isso implicaria a existência de um “programador”.

No entanto, sugere que o cérebro está preparado para responder a estímulos religiosos, sendo essas experiências uma parte fundamental da cognição humana.

Os rituais religiosos, por exemplo, têm o papel de conectar as pessoas a uma narrativa, seja ela cultural ou espiritual, afetando o sistema nervoso e gerando sensações de calma ou excitação.

Estudos também indicam que símbolos religiosos, como cruzes e estrelas, geram respostas emocionais intensas, ativando áreas primárias do cérebro antes mesmo da interpretação consciente desses símbolos.

Isso sugere que os seres humanos podem ter uma resposta biológica inata a certas formas visuais, o que reforça a ideia de que o fervor religioso pode estar codificado no cérebro.

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