Uma equipa de cientistas descobriu que os cães treinados para usar caixas de som compreendem e respondem adequadamente a palavras, independentemente de serem ditas pelos donos ou pela caixa.
Os cães treinados para usar placas de som respondem adequadamente a palavras como “brincar” e “fora”, independentemente de as palavras terem sido ditas pelos seus donos ou acionadas premindo um botão, bem como de os botões terem sido premidos pelo dono ou por uma outra qualquer pessoa.
Isto sugere que os cães não estão apenas a “ler” a linguagem corporal ou a presença dos seus donos, mas que estão também a processar as palavras.
Num novo estudo, publicado esta quarta-feira no Plos One, os investigadores efetuaram duas experiências complementares com 59 cães, todos eles treinados para utilizar a caixa de som. O primeiro ensaio foi executado pessoalmente, com os investigadores a visitarem as casas de 30 cães de diferentes locais dos Estados Unidos.
Os autores do estudo utilizaram autocolantes coloridos para cobrir os botões da caixa-de-ressonância, gravados para as palavras “fora”, “brincar/brinquedo” e “comida/comer/jantar/fome”.
Seguidamente, um investigador, sem saber qual era o botão e sem poder ouvir as palavras que produziam, carregou num desses botões e registou o comportamento do cão.
Na segunda experiência, os donos de 29 cães realizaram eles próprios os testes em casa sob orientação remota. Os donos variaram entre premir um dos botões ou dizer eles próprios a palavra.
Segundo o The Guardian, os resultados revelam que a probabilidade de os cães apresentarem comportamentos relacionados com a brincadeira foi cerca de sete vezes maior depois de premido o botão brincar/brinquedo do que a média dos três botões, com níveis semelhantes de comportamento adequado para os botões sair/exterior.
No entanto, os cães não mostraram maior probabilidade de apresentar comportamentos relacionados com a comida quando o botão correspondente foi premido.
“A nossa investigação sublinha a importância de estudar os animais no seu ambiente doméstico, proporcionando uma compreensão ecologicamente mais válida das suas capacidades”, conclui o autor principal do estudo, Federico Rossano.
Futuramente, os cientistas esperam aprofundar a forma como os cães utilizam espontaneamente os botões da caixa-de-ressonância, esclarecendo ainda mais as complexidades da cognição e da comunicação canina.