Uma equipa de cientistas descobriu que as baleias jubarte não só criam redes de bolhas como também manipulam esta ferramenta de diferentes formas — para caçarem de forma mais eficaz.
Os cetáceos de todo o mundo estão a enfrentar uma série de ameaças que vão desde a degradação do habitat, às alterações climáticas, à pesca, à poluição química e sonora. Várias espécies estão em risco de extinção e existe uma necessidade clara e urgente de implementar estratégias de conservação eficazes em seu nome.
Agora, esta descoberta desmistifica um comportamento fundamental para a sobrevivência das baleias e propõe que se inclua as baleias jubarte (Megaptera novaeangliae) entre os animais raros que fabricam e manipulam as suas próprias ferramentas.
Segundo o Phys.org, o comportamento destas permite-lhes capturar até sete vezes mais presas num único mergulho de alimentação sem utilizar energia extra.
Num novo estudo, publicado na semana passada no Royal Society Open Science, os investigadores utilizaram postes de 6 metros para fixar etiquetas de sucção subaquática especializadas em baleias nas águas do norte do sudeste do Alasca.
Além disso, os cientistas combinaram os dados das etiquetas com imagens aéreas captadas por drones para medir com precisão o momento, a estrutura e o tamanho das redes de bolhas feitas por estes amimais.
“Descobrimos que estas baleias criam redes complexas de bolhas para capturar o krill, que são semelhantes a camarões. As mesmas sopram bolhas em padrões que formam redes com anéis internos, controlando ativamente detalhes como o número de anéis, o tamanho e a profundidade da rede e o espaçamento entre bolhas”, diz o coautor do estudo, Lars Bejder.
No Alasca, apenas cerca de 5% a 10% das baleias se alimentam de redes de bolhas. Durante os três dias em que a equipa implantou as etiquetas, observaram 70 a 80 baleias a comerem redes de bolhas.
No entanto, uma semana depois, estes animais deixaram de utilizar a referida tática.
Além destes dados, as baleias também realizam outros comportamentos alimentares, como a alimentação superficial e profunda, permitindo uma exploração mais aprofundada da aptidão desta espécie.