O dragão-de-komodo (Varanus komodoensis) apresenta os seus dentes reforçados por uma capa de ferro para proteger os seus dentes e atuar como barreira contra digestivos ácidos.
Este animal é o maior sáurio vivo e apresenta membros e cauda robustos e fortes, o seu comprimento pode atingir os 4 metros e o seu peso varia entre os 120 e os 150 quilos.
Os juvenis apresentam coloração verde com bandas em amarelo e preto, enquanto nos adultos a coloração é uniforme.
Além disso, as suas presas incluem animais de grande porte, incluindo veados, porcos, e búfalos-asiáticos.
Num novo estudo, publicado esta quarta-feira na Nature Ecology and Evolution, os cientistas utilizaram raios X de alta potência numa instalação de sincotrões para sondar as superfícies dos dentes dos V. komodoensis e determinar os diferentes elementos que se encontravam ao longo do dente.
Segundo a New Scientist, inicialmente, os autores do estudo repararam em serrilhas cor de laranja mas achavam que eram apenas manchas.
Só depois de visitarem coleções e museus e observarem todos os dentes ao longo dos crânios de muitos destes répteis é que perceberam que estavam perante uma adaptação dos mesmos.
“Ao mapearmos secções de dentes do animal, apercebemos-nos que o ferro estava concentrado ao longo das arestas cortantes e das pontas dos dentes, mas não noutras partes do dente”, salienta o primeiro autor do estudo, Aaron LeBlanc.
“Isto também corresponde exatamente à coloração laranja que podemos ver nos dentes ao microscópio”, realça o investigador.
Ao longo das serrilhas, o esmalte tem apenas 20 micrómetros de espessura, cerca de um quarto da espessura de um cabelo humano.
A camada de ferro nos dentes do Varanus komodoensis é revestida por cima desta camada fina de esmalte. O ferro confere ao esmalte um força extra para proteger as serrilhas durante a ingestão de presas e também atua como uma barreira contra os sucos digestivos e ácidos.
Os investigadores também procuraram capas de ferro em dentes de dinossauros fósseis, mas sem sucesso. Esse acontecimento pode dever-se ao facto de a fossilização ter destruído o sinal de ferro, pelo que é necessário examinar mais dentes de dinossauros preservados para terem a certeza.
Por fim, a equipa espera que a natureza seja usada como inspiração para novos revestimentos de esmalte e talvez um deles inspirado nos dragões de komodo.