Os radares tradicionais já não são um método de deteção de armas hipersónicas eficaz. Agora, uma equipa de cientistas chineses diz ter encontrado a solução.
Cientistas chineses criaram um novo tipo de radar capaz de detetar até 10 mísseis hipersónicos a velocidades de 24.500 km/h com uma precisão sem precedentes.
Segundo o El Confidencial, o sistema é um avanço na tecnologia de deteção que será fundamental nas guerras com armas hipersónicas do futuro.
O radar baseia-se num sistema capaz de detetar e localizar objetos que emitem uma onda de rádio à velocidade da luz que, por sua vez, reflete num objeto e volta ao radar.
Medindo o tempo que o sinal leva para voltar e analisando a mudança na frequência, o sistema consegue calcular a distância, direção e velocidade do objeto.
Acontece que a velocidade alcançada pelas novas armas hipersónicas faz com que estes tipos de sistemas de deteção necessitem de uma atualização.
Este novo radar fotónico, desenvolvido por cientistas do Departamento de Engenharia Eletrónica da Universidade Tsinghua, na China, adiciona um laser ao radar tradicional que permite uma precisão sem precedentes e tem um alcance de deteção de mais de 600 quilómetros.
O dispositivo de micro-ondas é pequeno e leve, ideal para ser instalado em mísseis ou aeronaves de defesa aérea, embora também possa vir a ser muito importante para a próxima geração de radares de controlo de fogo.
O laser instalado no sistema permite manter a velocidade de conexão entre os nós recetores de sinal, mas sem queimar os circuitos eletrónicos. Como consequência, o radar pode produzir e processar sinais de microondas muito mais complexos, medindo objetos com precisão em velocidade ultra-alta pela primeira vez.
A equipa diz ter desenvolvido um sistema completo, com chips e transmissores, e testado o desempenho em laboratório com instrumentos que simulam o movimento de alvos hipersónicos na atmosfera.
As simulações realizadas no solo apresentaram um erro de apenas 28 centímetros na estimativa da distância de um míssil a viajar a quase 7 km/s e 99,7% de precisão na estimativa da velocidade do míssil, um marco até agora considerado impossível.
O artigo científico foi publicado na Optical Communication Technology.