Novo medicamento ajuda fumadores a largar o cigarro eletrónico

O primeiro ensaio americano de vareniclina para deixar de fumar cigarros eletrónicos apresenta resultados promissores e justifica a realização de ensaios em maior escala.

Num estudo, publicado recentemente no American Journal of Preventive Medicine, os cientistas encontraram evidências de uma disparidade significativa entre a taxa de abandono de cigarros eletrónicos de um grupo do placebo e a do grupo que recebeu vareniclina.

“Tivemos uma diferença de 15% nas taxas de abandono do consumo de tabaco, sendo que o grupo que recebeu o medicamento teve uma taxa de 45%“, afirma a autora principal do estudo Lisa Fucito.

Segundo a Futurity, os investigadores realizaram o ensaio para reproduzir tanto quanto possível as condições do mundo real, desde as pessoas que participaram no ensaio até ao tipo de apoio que provavelmente receberiam dos prestadores de cuidados primários.

 

Já existem no mercado medicamentos aprovados pela FDA, a autoridade norte-americana de regulação dos medicamentos, para ajudar adultos a deixar de fumar cigarros tradicionais.

Mas, apesar do número crescente de pessoas a utilizar cigarros eletrónicos, não há medicamentos aprovados para as quem quer abandonar a sua dependência deste tipo de tabaco.

“Precisamos de mais tratamentos de farmacoterapia para ajudar a lidar com a dependência física realmente forte que se pode desenvolver com o uso de cigarros eletrónicos”, diz Fucito.

“As pessoas sofrem uma abstinência significativa quando tentam parar, e essa abstinência é muito desagradável e difícil de gerir apenas com apoio comportamental”, conclui.

No presente estudo, os cientistas queriam ver até que ponto a farmacoterapia poderia funcionar em condições normais de cuidados de saúde. Para recriar esta situação, foram desenvolvidos folhetos de auto-orientação para os doentes, com ferramentas práticas e sugestões para deixar de fumar.

Nenhum dos participantes deste estudo sofreu efeitos secundários graves, embora seja necessário um estudo mais aprofundado para o verificar. A maioria dos efeitos secundários foram náuseas, insónias ou sonhos lúcidos.

Por fim, um desafio que os investigadores identificaram nos resultados foi a dificuldade enfrentada pelos utilizadores de cigarros eletrónicos em parar de fumar, mas são necessários mais estudos para aprofundar esta questão.

Soraia Ferreira, ZAP //

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